quarta-feira, 21 de julho de 2010

Como Lidar com a Injustiça


Não te indignes por causa dos malfeitores, ... pois eles dentro em breve definharão como a relva, e murcharão como a erva verde. Confia no Senhor, e faze o bem. Sal. 37:1-3.
Alguns anos atrás, na África, um grupo de habitantes de certa região estava atravessando uma estrada quando um deles foi atropelado por um carro e morreu. O motorista fugiu em disparada. Os sobreviventes saíram em sua perseguição mas não conseguiram alcançá-lo.

Retornando à cena do acidente, o enlutado grupo expressou o seu pesar, a sua raiva e frustração com altos brados e gesticulações selvagens. Em vez de continuar a jornada, iniciaram uma vigília junto ao corpo de seu falecido companheiro.

Mais tarde, naquele dia, o motorista culpado retornou pelo mesmo caminho. Reconhecendo-lhe o carro, os lamentadores jogaram pedras contra o veículo, e com boa pontaria. Desta vez o criminoso teve de parar. O pára-brisa ficou tão estilhaçado, que impossibilitava a visão da estrada. Os vigilantes, então, passaram a quebrar as janelas do carro. Felizmente o motorista conseguiu trancar as portas; caso contrário, teria sido despedaçado.

Quem eram os vingadores? Um bando de macacos babuínos!
Embora alguns possam argumentar que a vida de um babuíno não pode ser comparada com a vida de um ser humano, quem pode negar que - sob a ótica de um babuíno, pelo menos - o motorista fujão não tenha recebido o castigo que bem merecia?

Assumindo Uma Posição Inferior


Quando for convidado [para uma festa de casamento], sente no último lugar. Assim, quem o convidou vai dizer: "Meu amigo, venha sentar aqui num lugar melhor." S. Luc. 14:10 (BLH).
Há vários anos, nossa família participou de uma excursão na qual os turistas viajavam em carros, estilo caravana. Visitamos muitos lugares interessantes. No final de cada dia, reuníamo-nos num hotel para o pernoite. Era até divertido observar como alguns indivíduos de nosso grupo faziam manobras para se colocar em posição de serem atendidos em primeiro lugar no balcão da portaria do hotel. Quase parecia que desejavam conseguir um quarto que melhor refletisse o status deles na vida. Felizmente, nem todos no mundo deixam um exemplo tão "brilhante".

Quando Sammy Morris, um rapaz africano, foi para a América estudar na Universidade Taylor, não pediu o melhor quarto do dormitório. Em vez disso, quando o reitor Thaddeus C. Reade perguntou-lhe que quarto preferia, Sammy respondeu: "Se houver um quarto que ninguém quer, fico com ele."

Comentando esse fato, o reitor disse: "Em minha experiência como professor, tive a oportunidade de designar quartos para mais de mil alunos. Muitos deles eram moças e rapazes nobres e cristãos; mas Sammy Morris foi o único que disse: 'Se houver um quarto que ninguém quer, fico com ele.'"

Freqüentemente acontece isto: quando uma pessoa deixa de lado seus próprios interesses e humildemente se preocupa em ajudar os outros, ela chama a atenção dos seus semelhantes e é honrada por eles. Por quê? Bem, aparentemente admiramos a humildade - nos outros!

Mas nosso verso não está falando basicamente de sermos honrados por nossos semelhantes. A ênfase principal de Jesus era sobre coisas espirituais. A festa de casamento representa o reino da graça e o reino da glória. Aqueles que nesta vida entram no reino da graça e aprendem a lição da verdadeira humildade, serão honrados pelo anfitrião celestial no reino da glória.

"A entrega do próprio eu é a essência dos ensinos de Cristo." - O Desejado de Todas as Nações, pág. 500. Isso pode significar a ocupação de uma posição obscura nesta vida, mas resultará em ocupar uma posição de honra no reino dos Céus.

Poupando a Alma Sensível
Olhem para o Meu Servo. Vejam o Meu Escolhido. Ele é o Meu Amado, em quem a Minha alma se alegra. ... Ele não esmaga o fraco, nem apagará a menor esperança que houver. S. Mat. 12:18 e 20 (A Bíblia Viva).

Criar quatro filhos e fazer todo o trabalho doméstico é tarefa desafiadora. Acrescente a isso o atendimento a uma irmã inválida e a um esposo ocupado demais em ganhar o sustento para poder ajudar, e você terá a receita para conseguir um espírito abatido. Assim era a vida de Phoebe Hinsdale Brown, uma jovem dona-de-casa no início do século dezenove. Contudo, apesar de sua ocupada rotina, Phoebe decidiu passar algum tempo a sós com Deus.

Não distante de sua casa, ficava a propriedade de uma abastada senhora, onde havia um jardim isolado. Ao entardecer, Phoebe gostava de dar uma escapadinha até àquele caramanchão para passar alguns momentos em meditação e prece. Achando que a proprietária não se importaria, Phoebe não pedia licença. Um dia, o jardineiro percebeu-lhe a presença e relatou o fato à patroa. Esta, desconfiada de más intenções, foi falar com a assustada mulher, exigindo que ela dissesse o que estava fazendo naquele lugar e insinuando que os "penetras" não eram bem recebidos!

De alma tímida e sensível, Phoebe sentiu-se esmagada, pois não tinha nenhuma intenção maldosa. Na tarde seguinte, escreveu um bilhete pedindo perdão. O conteúdo do bilhete tomou a forma de um poema. Segurando no colo o filho caçula, Phoebe escreveu:

"Desculpas por Minhas Divagações Vespertinas." Aqui estão duas quadras de seu poema:

Eu amo aqui em meu viver
A sós com Deus estar,
O meu labor assim deter,
E, em paz, humilde orar.
Eu amo estar a sós e ouvir
A voz da solidão;
E minha voz eu ergo então,
Só Deus a pode ouvir.
Não sei qual foi a reação da senhora rica ao bilhete, mas sei que o poema de Phoebe foi parar em nosso hinário Cantai ao Senhor (número 306).

Resposta Branda
A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. Prov. 15:1.

Não faz muito tempo, li acerca de um pastor que se havia mudado para um novo distrito e descobriu que um dos membros de sua igreja parecia decidido a encontrar defeitos em tudo o que ele fazia. A princípio, o pastor procurou desconhecer as críticas, mas o homem não ficou contente em ser ignorado. Um dia, o pastor recebeu uma carta especialmente cáustica, repleta de acusações. A maioria delas era falsa e as outras, completamente desproporcionadas em relação com os fatos.

O pastor não podia mais ignorar seu crítico. Percebeu diante de si um problema que devia ser resolvido. Sabia que não podia refutar as injuriosas acusações uma por uma; no entanto, antes de responder, orou por sabedoria celestial. Foi impressionado a escrever ao seu crítico uma carta de cinco palavras: "Por favor, ore por mim."

O efeito daquele simples pedido foi nada menos que miraculoso. Tocou o coração do crítico e lhe alterou completamente as atitudes.
Daquele dia em diante, o homem tornou-se um dos mais leais defensores do pastor.

Vamos considerar por um momento a resposta do pastor. Seu tom é conciliatório, mas de forma alguma se rende às acusações do crítico. Reconhece, entretanto, que necessitaria da ajuda do crítico se as acusações fossem verdadeiras.

Da parte de alguns homens, essa resposta poderia ser interpretada como sinal de arrogância, até mesmo de sarcasmo. Mas evidentemente o crítico sabia no fundo do coração que seu pastor era diferente. Será que isso se deveu às pacientes tentativas do pastor no sentido de ignorar as críticas? Não sei, mas sei que a maioria dos seres humanos se dispõe a ajudar quando alguém pede um favor.

Quando Salomão disse que a resposta branda desvia o furor, ele não queria dizer que isso sempre funciona (especialmente se respondemos aos nossos acusadores com palavras que suscitam ira).
Voltar a Outra Face

Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra. S. Mat. 5:39.

Quando John Selwyn, renomado missionário nas Ilhas dos Mares do Sul, freqüentava a universidade, era conhecido por sua destreza como boxeador. Anos mais tarde, enquanto trabalhava no sul do Pacífico, sentiu ser seu dever censurar um dos ilhéus por um grave erro. O homem ficou bravo e golpeou o rosto de Selwyn com o punho cerrado. Selwyn poderia ter facilmente acabado com a valentia do agressor.

Em vez disso, cruzou os braços e calmamente voltou a outra face.

Surpreso pela atitude do missionário, o nativo fugiu para o mato.

Anos mais tarde, aquele homem dirigiu-se ao sucessor de Selwyn e pediu para ser batizado. Depois de verificar a genuinidade daquela conversão, o missionário perguntou ao nativo como era que ele gostaria de ser conhecido como cristão. "John Selwyn!", respondeu o ilhéu. "Ele me mostrou como Jesus é." Que testemunho!

É possível que você já tenha ouvido alguém dizer: "Em determinadas circunstâncias, tudo bem voltar a outra face; mas se alguém ameaçar a minha vida, ou da minha esposa e filhos, vou mutilar o assaltante e, se necessário, matá-lo."

O problema com essa filosofia é que aquilo que decidirmos fazer antes de uma crise é provavelmente o que faremos quando a emergência surgir. Assim, se decidimos confiar no braço de carne (Jer. 17:5), é muito possível que façamos "as obras da carne" (Gál. 5:19-21); mas se decidirmos obedecer ao conselho da Palavra de Deus, Ele promete que "proverá livramento" para nós (I Cor. 10:13).

Recentemente, ouvi acerca de mãe e filha que passaram por uma experiência de risco de vida, a qual mostra como Deus pode atuar, quando permitimos que atue. Certa noite, as duas foram surpreendidas por um intruso que tencionava estuprar e matar.
Ambas oraram silenciosamente por proteção e foram impressionadas a dizer ao homem que ele não poderia prejudicá-las a menos que Deus o permitisse. Embora ficasse ameaçando e vociferando, o homem nada pôde fazer e finalmente deixou as duas mulheres sem molestá-las.

Amor Não Correspondido


Fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois Ele é benigno até para com os ingratos e maus. S. Luc. 6:35.
No dia 8 de setembro de 1860, uma terrível tempestade abateu-se sobre o Lago Michigan e ameaçou afundar o navio de passageiros Lady Elgin. Na praia, observando o desdobramento da tragédia, estava um grupo de estudantes do Instituto Bíblico Garrett, que ficava perto. Quando o navio começou a partir-se, um dos estudantes, Edward W. Spencer, viu uma senhora agarrada a um dos destroços.
Sem conseguir ficar apenas observando o naufrágio, Spencer tirou o casaco, jogou-se nas agitadas águas, nadou até ao navio e trouxe aquela senhora em segurança para a praia.

Spencer nadou repetidas vezes e trouxe náufragos de volta, até que suas forças falharam e ele desmaiou na praia, exausto. Como resultado de seus esforços, 17 vidas foram salvas, mas o ato heróico quase lhe custou a vida. Ele nunca recuperou totalmente a saúde.

Após a sua morte, alguns anos mais tarde, alguém escreveu à esposa dele perguntando se era verdade que nenhum dos náufragos salvos havia agradecido o heroísmo de seu marido. Aqui está a resposta dela: "A afirmação é verdadeira. Spencer nunca recebeu nenhum agradecimento das pessoas que ele conseguiu salvar, e nenhum reconhecimento por parte de qualquer uma delas." A seguir, num admirável espírito de magnanimidade, ela colocou a culpa da aparente ausência de gratidão na confusão geral reinante e na exaustão, tanto dos resgatados quanto do resgatador.

Ela encerrou a carta com estas palavras: "Meu marido sempre manteve esse ponto de vista acerca daquele episódio; nunca manifestou qualquer ressentimento, e tenho certeza de que nunca o sentiu. Fez o melhor que pôde, sem esperar recompensas ou apreciação."

Fraquezas Podem Ser uma Vantagem


Pelo que sinto prazer nas fraquezas. ... Porque quando sou fraco, então é que sou forte. II Cor. 12:10.
A fraqueza física pode ser vantajosa, às vezes.

Na noite de 5 de fevereiro de 1945, eu e mais 468 prisioneiros, bem como uns 800 sobreviventes de Bataan e Corregidor, fomos evacuados da prisão de Bilibid para a fábrica de calçados de Ang Tibay, nos arredores de Manila. A batalha pela libertação da cidade das mãos dos japoneses prosseguia; a cidade estava em chamas e o fogo crepitava inexoravelmente na direção de nosso alojamento.

Sentados no chão, no escuro, em Ang Tibay, conheci alguns dos sobreviventes da Marcha da Morte. Durante um mês, meu grupo estivera separado deles por uma parede de 4,5 metros; aquela era minha primeira oportunidade de conversar com eles. Fiquei sabendo que muitos dos companheiros daquele grupo haviam sido enviados de navio para o Japão, como trabalhadores escravos; o último barco lotado havia saído de Manila em meados de dezembro, e aquela embarcação tinha sido torpedeada por um submarino americano. Todos a bordo morreram.

Entre o grupo, naquela noite, estava um soldado que tinha sido designado para ir naquele navio, mas por causa de uma debilidade física ficara para trás. Nunca me esquecerei de como, com lágrimas na voz, ele nos contou que sua vida tinha sido poupada por causa de sua deficiência física. Aparentemente, havia sido considerado incapaz para o trabalho escravo.

Todos que já tenham olhado cuidadosamente as fotos do Presidente Theodore Roosevelt, sabem que ele era míope. Durante sua campanha presidencial de 1912, ele foi atingido pelo disparo de um maníaco chamado Schrenk, mas sobreviveu à tentativa de assassínio. O médico que o examinou após o incidente disse-lhe que sua vida tinha sido poupada por um par de óculos com armação de aço que ele havia guardado no bolso do paletó.

"Não é estranho?" comentou Roosevelt. "Sempre achei um incômodo usar óculos por causa da miopia, e agora meu par de óculos de reserva, guardado no bolso, acabou por salvar-me a vida."

Talvez não entendamos neste mundo por que Deus nos permite sofrer aflições físicas. Mas em alguns casos podemos ter a certeza de que Ele as permite porque sabe que, assim como Paulo, somos espiritualmente mais fortes quando estamos fisicamente fracos.

Grande Fé, Grande Ganho


Percebendo-o Jesus, disse: Por que discorreis entre vós, homens de pequena fé, sobre o não terdes pão? Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens...? S. Mat. 16:8 e 9.
John McNeil, pastor nas ilhas britânicas, relata que certa vez pastoreou uma igreja que tinha pesadas dívidas. Isso o preocupava, e ele orou muito a respeito. Certo dia, um estranho foi ao seu escritório, disse que tinha conhecimento da dívida da igreja e ofereceu ajuda. A seguir, deixando um cheque em branco sobre a escrivaninha do pastor, disse-lhe que preenchesse o valor na quantia necessária, prometendo retornar mais tarde para assinar o cheque.

O pastor não podia crer no que acabara de ouvir. Depois que o desconhecido partiu, ele começou a racionalizar: "Isso não pode ser verdade. Será que esse homem entende que nossa dívida chega a milhares de libras? Duvido que pagasse tudo, se soubesse o total. Mas ele me mandou colocar o valor completo. Não, isso seria injusto; seria querer tirar vantagem. Vou colocar só a metade do valor." E foi o que ele fez.

Quando o estranho retornou, assinou o cheque sem hesitar. Obviamente estava falando sério. O benfeitor da igreja era um bem-conhecido filantropo. Quando o pastor entendeu que o homem era plenamente capaz de cobrir a dívida, desejou ter escrito o valor total que a igreja devia.

Ver o Invisível
Que é a fé? É a convicção segura de que alguma coisa que nós queremos vai acontecer. É a certeza de que o que nós esperamos está nos aguardando, ainda que o não possamos ver adiante de nós. Heb. 11:1 (A Bíblia Viva).

Antes mesmo que houvesse telescópios suficientemente poderosos para verem o planeta Plutão, Percival Lowell, astrônomo americano, cria na existência desse planeta em nosso sistema solar. Ele chegou a essa conclusão mais de 15 anos antes de o planeta ter sido descoberto por Clyde W. Tombaugh, no dia 18 de fevereiro de 1930.

A crença de Lowell não foi nenhuma adivinhação ou palpite 0casual.
Ele chegou a essa conclusão através de observações sistemáticas e cálculos cuidadosos das órbitas de Netuno e Urano. As perturbações que ele observou nessas órbitas o convenceram de que devia haver um planeta além de Netuno. Tão confiante estava Lowell na existência dele, que deu às primeiras duas letras do nome do planeta a ser descoberto ainda as iniciais de seu próprio nome - p e l. Predisse também que o planeta seria encontrado perto da estrela Delta da constelação de Gêmeos. A crença de Lowell foi confirmada após sua morte, quando Tombaugh fotografou e estudou a região sideral de Gêmeos e descobriu o planeta previsto.

A fé na realidade do Céu, assim como a crença de Lowell na existência de Plutão, não é um palpite casual. Repousa sempre na "certeza" subjacente da evidência. Hypostasis, a palavra grega traduzida como "certeza" em nosso texto, é usada nos papiros antigos para significar um documento legal através do qual uma pessoa provava ser proprietária de um bem. Em outras palavras, um título de propriedade.

Exercendo fé, você e eu podemos já considerar-nos na posse das maravilhosas coisas que Deus tem prometido. Isso nos capacita não só a reivindicar bênçãos prometidas para o futuro, mas a recebê-las e desfrutá-las agora. Dessa maneira, aquilo que os olhos naturais não podem perceber (I Cor. 2:14), é visível aos olhos da fé.

Como Evitar o Esfriamento


E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. S. Mat. 24:12 e 13.
Em 1776, James Cook, famoso explorador e capitão da marinha britânica, foi encarregado por seu país de liderar uma expedição com o fim de verificar se havia mesmo ou não uma passagem navegável entre os oceanos Atlântico e Pacífico, via costa norte do Canadá. A expedição zarpou de Plymouth, Inglaterra, no dia 12 de julho de 1776. Entre seus integrantes estava o Dr. Solander, um naturalista sueco, cuja responsabilidade era fazer observações científicas da flora e fauna encontradas ao longo do caminho.

No outono de 1779, a expedição pesquisou a área em torno do Estreito de Bering. Ali um grupo, sob o comando do tenente Hodder, e incluindo o Dr. Solander, armou um acampamento e dirigiu-se para o interior. Uma prematura tempestade de inverno apanhou de surpresa aqueles homens longe do acampamento, ameaçando-os de morrerem congelados. Devido à sua experiência com temperaturas baixas em seu país natal, a Suécia, o Dr. Solander reuniu os homens e advertiu-os acerca dos perigos da hipotermia.

- Precisamos resolutamente voltar ao acampamento sem uma única parada - disse ele. - Nosso grande perigo é adormecer e não acordar nunca mais.

- Mas acho que ficaremos terrivelmente cansados - comentou Hodder.

- É lógico que vamos ficar - disse Solander. - Quando o sangue começar a esfriar, os homens implorarão um pouco de descanso. Não permita que se detenham uma só vez. Incite-os com golpes, com baionetas, se for preciso. Ceder ao desejo de dormir será fatal.
Os membros do grupo de Hodder atenderam à admoestação do doutor e voltaram ao acampamento sem perder um homem.
Jesus advertiu-nos de que, ao aproximar-se o fim dos tempos, a iniqüidade aumentaria e o amor de muitos de Seus seguidores ficaria frio, ao assimilarem o espírito do mundo ao seu redor. Vemos que isso ocorre hoje: cristãos adormecendo enquanto se conformam mais e mais com o mundo.

O que podemos fazer individualmente para evitar esse fim triste? Resolutamente encaminhar-nos para Sião, enquanto animamos outros ao longo do caminho por nosso exemplo.

Onde Vai o Senhor Encontrá-lo?


Então os homens se meterão nas cavernas das rochas, e nos buracos da terra, ante o terror do Senhor... quando Ele Se levantar para espantar a Terra. Isa. 2:19.
Passei meu ano de calouro do segundo grau em um pequeno internato cristão nas colinas ocidentais do Estado da Carolina do Norte. Um colega me contou certo dia que na montanha atrás da escola havia uma caverna, onde um desertor do exército confederado se escondera durante a Guerra Civil. Meu amigo deu-me as indicações para encontrar o local; um dia subi sozinho e realmente encontrei a caverna.

Imaginei que fosse uma caverna ampla, clara, confortável, com abundante suprimento de água. Não era. Tinha pouca altura; mal dava para se ficar em pé lá dentro, e era desoladoramente escura. Mas havia evidências de habitação humana. Como, perguntei-me perplexo, conseguiu aquele troglodita sobreviver em condições tão primitivas? Mais tarde fiquei sabendo que havia uma fonte natural não muito distante da caverna; à noite, o homem percorria sorrateiramente as fazendas das redondezas para procurar alimento e outras coisas necessárias.

Além desse soldado sem nome, houve outros que desertaram durante a Guerra Civil. Dois homens se esconderam num vale da mesma região - e não ficaram sabendo que a guerra tinha acabado senão uns dois anos depois de haverem cessado as hostilidades.

A Bíblia diz que, quando Cristo vier a segunda vez, haverá duas classes de pessoas: aquelas que se esconderão nas covas e cavernas da terra por estarem despreparadas para encontrá-Lo, e aquelas que olharão para cima e dirão com alegria: "Eis que Este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e Ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos: na Sua salvação exultaremos e nos alegraremos." Isa. 25:9.

A maneira como vivemos hoje determinará em que grupo nos encontraremos amanhã. Poderemos estar entre os que se esconderão "nas cavernas e nos penhascos" e clamarão "aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos da face dAquele que Se assenta no trono, e da ira do Cordeiro". Apoc. 6:15 e 16, ou poderemos estar entre os que encontrarão o Senhor em paz. A escolha é nossa.

Devolução do Dizimo!


E a pedra que erigi por coluna, será a casa de Deus; e de tudo quanto me concederes, certamente eu Te darei o dízimo. Gên. 28:22.
Muitos anos atrás, quando o fabricante de doces John Huyler fundou a sua empresa, ele adotou como sua a promessa de Jacó. Indo ao banco, abriu uma conta que identificou com as iniciais "M.S." Depositava regularmente naquela conta um décimo de sua renda. Quando lhe perguntavam o significado daquelas iniciais, Huyler respondia: "Meu Sócio."

Dando a Deus o primeiro lugar em suas transações comerciais, foi abençoado por Deus e sua fábrica prosperou de modo fenomenal. Toda semana, a obra do Senhor recebia quantias cada vez maiores de dinheiro. O valor dessas doações ficou tão grande, que espantou os sócios da empresa.

O interessante é que essas contribuições iam sempre acompanhadas por um pedido de que não se fizessem agradecimentos ao doador, mas que o beneficiário louvasse a Deus somente. "Afinal de contas", dizia Huyler, "o dinheiro não é meu; é do Senhor."

A maioria das pessoas já comeu aveia Quaker em alguma oportunidade, mas poucos sabem quem fundou a empresa ou conhecem a história de sua prosperidade.

Há mais de cem anos, Henry P. Crowell contraiu tuberculose e ficou sabendo que nunca concretizaria sua ambição de tornar-se pregador. Depois de ouvir um sermão de Dwight L. Moody, ele orou: "Senhor, não posso ser pregador, mas posso ser um bom comerciante. Se me permitires ganhar dinheiro, eu o usarei para Teu serviço."

Um médico aconselhou o jovem Crowell a trabalhar ao ar livre. Ele seguiu o conselho e, depois de sete anos, reconquistara a saúde.

Comprou então o pequeno e desmantelado moinho Quaker, em Ravenna, Estado de Ohio. O empreendimento prosperou e, leal à sua promessa, Crowell devolveu fielmente o dízimo. Dentro de dez anos, a Aveia Quaker era um nome conhecido. Durante os 40 anos seguintes, Crowell deu 60 a 70 por cento de sua renda para a causa de Deus!

Poderiam ser citados outros exemplos dos benefícios de um dízimo fiel. Mas as grandes vantagens para aqueles que devolvem o dízimo e contribuem com ofertas generosas, não são benefícios materiais, mas bênçãos espirituais.

Não 10, Mas 100 por Cento - e Mais Ainda
Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de Ti, e das Tuas mãos To damos. I Crôn. 29:14.

Um jovem casal que se havia mudado recentemente para uma nova localidade, desejou unir-se a uma igreja próxima e pediu que o pastor os visitasse e os instruísse acerca dos ensinos da igreja. Um membro leigo soube do interesse do casal e decidiu "ajudar" o pastor, telefonando para aquela jovem senhora.
- O pastor ainda não lhes falou sobre o dízimo? - perguntou o paroquiano.

- Não - respondeu a senhora.

- Bem - informou o membro - ele vai dizer-lhes que, antes de poderem fazer parte da congregação, terão de concordar em pagar 10 por cento de suas entradas para a igreja.

Quando o pastor visitou novamente aquele casal, a primeira coisa que a esposa perguntou foi:

- É verdade que se exigirá de nós o pagamento de 10% de nossas entradas, antes que possamos fazer parte da igreja?
O pastor suspirou uma rápida oração silenciosa por sabedoria. Mantendo a serenidade, respondeu:

- Lamento, mas a senhora foi mal informada. Na verdade, vocês serão solicitados a dar 100% e além do mais dar-se a si próprios. A Bíblia ensina que tudo pertence a Deus pela criação; portanto, qualquer coisa que Lhe devolvermos, já era dEle para começar. Acompanhem-me na leitura de I Crônicas 29:14.

Depois ele continuou:

- Deus testa Seus filhos, instruindo-os a devolverem um décimo de sua renda para o Seu "tesouro" (Mal. 3:10) - a tesouraria da igreja. Isso é chamado o dízimo. Mas Ele também nos convida a dar ofertas voluntárias. Acontece que ainda não é tudo. Deus apela para que demos a nós mesmos em sacrifício vivo, para sermos usados em Seu serviço, como Ele achar melhor.

- Ah! - disse a esposa - eu quero pertencer a uma igreja que espera tanto de mim!

O marido concordou. Oportunamente o casal foi batizado e se tornou um esteio para aquela igreja.

Quando chegamos ao ponto de reconhecer que tudo o que temos e somos pertence a Deus, a obediência fiel às expectativas dEle se torna um prazer.

Dedicar Tudo a Deus


E, chamando os Seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento. S. Mar. 12:43 e 44.
Durante a blitz dos nazistas sobre Londres em 1940, Matthew Sands recebeu um telegrama do Gabinete de Guerra britânico, declarando que o filho dele, David, estava desaparecido e considerado morto. O relatório provou ser verdadeiro. Com o coração partido, Sands escreveu no verso do telegrama: "Tudo o que tenho e tudo o que sou, entrego-o a Deus para o Seu serviço."

Pouco depois de tomar conhecimento da terrível notícia, Sands recebeu o telefonema de alguém com um lembrete sobre um compromisso importante. A caminho de seu compromisso, Sands passou por uma igreja antiga e abandonada e observou uma placa que dizia: "Para venda em leilão." Entrou na igreja para orar antes de prosseguir, e sentiu-se impressionado a adquiri-la e restaurá-la como casa de culto. Sem que ele o soubesse, outro homem, Andres Jelks, também tinha visto a placa e decidira comprar o prédio para transformá-lo na "Galeria de Diversões de Andy".

No dia do leilão, ambos compareceram. Sands havia preparado um documento com um lance formal pela propriedade, mas em seu luto e estado mental confuso, entregou o telegrama do Gabinete da Guerra em lugar do lance.

O leiloeiro leu o telegrama em silêncio, bem como a mensagem de Sands dedicando a Deus tudo o que era. Finalmente, quando todos os lances haviam sido apresentados, ele anunciou que a igreja tinha sido vendida para Matthew Sands, que havia apresentado o lance mais alto. Quando perguntaram como, o leiloeiro leu as palavras no verso do telegrama. Os presentes concordaram com a decisão do leiloeiro.
Deus pede dedicação total. Em S. Marcos 12:30, essa dedicação completa é colocada nestas palavras: "Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força." Isso é bem abrangente. Compreende tudo o que temos e somos. Nada menos é aceitável. Que seja essa a natureza de sua e de minha dedicação.

A Crueldade Será Castigada


O justo atenta para a vida dos seus animais, mas o coração dos perversos é cruel. Prov. 12:10.

Quando eu tinha 9 anos de idade, nossa família morava na Ilha da Madeira. As ruas de Funchal, a capital, eram pavimentadas com paralelepípedos (ainda o são), e grande parte do transporte nas ilhas era feito em trenós arrastados sobre aquelas pedras. Os trenós tinham longos patins de aço e eram puxados por cavalos ou mulas. Os condutores desses trenós reduziam a fricção sobre os patins, engraxando-os periodicamente com sebo bovino envolto em sacos de aniagem.

Um dia, enquanto eu caminhava pelas ruas da cidade, vi uma multidão que observava um homem com uma parelha de cavalos e um daqueles trenós, tentando mover um grande barracão colocado na calçada de cimento. Também parei para olhar. O condutor havia amarrado longas e grossas cordas dos cabrestos para o trenó, e batia sem piedade nos cavalos. Meu coração se condoeu das pobres criaturas. Por mais força que fizessem, não conseguiam mexer a carga.

Enquanto o condutor pensava no que faria a seguir, as cordas se afrouxaram momentaneamente. O condutor virou-se e começou a juntar as cordas, aparentemente para açoitar um dos cavalos, o qual ele julgava estar-se negando a trabalhar. Seu movimento assustou os cavalos. Eles deram uma guinada, esticando as cordas. Com a rapidez de um relâmpago, o homem foi jogado para o ar. A imagem daquele homem descendo com a cabeça para baixo está indelevelmente gravada em minha memória. Caiu de cabeça e se machucou muito. Eu estremeci, mas em minha mente infantil fiquei feliz porque o homem havia provado um pouquinho de seu próprio "remédio".

Um cristão nunca deve regozijar-se com o infortúnio alheio, mesmo que este seja o resultado dos erros da própria pessoa (ver Prov. 24:17). Afinal de contas, a vingança pertence a Deus. Mas por outro lado, maltratar os animais está errado e Deus vai pedir contas a quem comete essa maldade. Se um pardal não cai ao chão sem que nosso Pai celestial o observe (S. Mat. 10:29), com certeza Ele está acompanhando a maneira como tratamos as Suas outras criaturas.
Se isso é verdade, não deveríamos tratar bondosamente os nossos semelhantes, que valem mais "do que muitos pardais"? (Ver S. Luc. 12:7.)

Coragem Diante da Derrota


Tendo ali [em Roma] os irmãos ouvido notícias nossas, vieram ao nosso encontro até à Praça de Ápio e às Três Vendas. Vendo-os Paulo, e dando por isso graças a Deus, sentiu-se mais animado. Atos 28:15.

Quando Lucas escreveu essas palavras a respeito de Paulo, este se encontrava a caminho de Roma, onde enfrentaria possivelmente a execução pelas mãos de um imperador brutal e excêntrico - Nero. Paulo, contudo, não temia essa possibilidade. Em vez disso, contemplando as primícias de uma abundante colheita de almas, deu graças a Deus e sentiu-se animado.

O mundo necessita de mais almas corajosas como Paulo.
Durante os negros dias de junho de 1940, Winston Churchill, primeiro-ministro da Grã-Bretanha, voou até à sede temporária do governo francês em Tours e esforçou-se para incentivar seus hesitantes aliados a continuarem a resistência contra o holocausto nazista. Seus esforços foram infrutíferos. O exército francês praticamente deixara de existir, o governo estava à beira do colapso e o futuro parecia desesperançadamente negro.

Retornando para a Inglaterra, Churchill relatou ao seu gabinete a gravidade da situação. Não abrandou o quadro, mas concluiu com estas memoráveis palavras: "Nós agora enfrentaremos a Alemanha completamente isolados. Estamos sós." A seguir, olhando desafiadoramente ao seu redor, acrescentou: "Mas para mim isso é até inspirador!" A coragem daquele homem, diante de avassaladoras desvantagens e derrota quase certa, foi contagiosa. Galvanizou o povo britânico levando-o à ação e, como todos sabemos, prosseguiu para a vitória final.

O Custo da Convicções


Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, ... firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica; e... em nada... intimidados pelos adversários. Filip. 1:27 e 28.

Sam Houston, general e estadista texano, ficou conhecido por defender causas impopulares, mesmo que o custo fosse elevado. Numa época em que era impopular defender os índios americanos, ele foi a Washington como membro de uma delegação dos "Cherokees" para queixar-se ao governo das práticas corruptas dos agentes indigenistas. Opôs-se à escravatura numa época em que era impopular fazer isso. No dia 18 de março de 1861, foi deposto como governador de Estado porque se opunha à secessão e recusou-se a jurar lealdade à Confederação.

Duas semanas mais tarde, no discurso a uma multidão que clamava por seu sangue, Houston declarou: "Sempre tive como regra invariável na minha vida não formar nenhuma opinião ou dar veredicto sobre qualquer grande questão pública antes de ouvir e considerar cuidadosa e imparcialmente todas as evidências..., e, uma vez tendo assumido minha posição, nenhum temor da condenação popular me poderá induzir a modificá-la. Nunca permiti que o clamor, a paixão, o preconceito ou a egoísta ambição popular me induzissem a mudar uma opinião ou um veredicto que minha consciência e razão tenham formado e considerado justos. ...

"A Vox Populi nem sempre é a voz de Deus, pois quando os demagogos e líderes políticos egoístas conseguem excitar o preconceito do público e silenciar a voz da razão, pode-se ouvir o clamor popular 'Crucifica-O, crucifica-O!' A Vox Populi torna-se então a voz do diabo."

Essas palavras foram destemidas, mas observe que, antes de tomar uma posição conscienciosa, Houston procurava assegurar-se de que estava ao lado da justiça.

Defender o que é correto freqüentemente desperta oposição e perseguição. Hoje em dia é popular ser cristão, mas pode não continuar sendo assim. Para você e para mim vem a pergunta: "Estão certas as convicções de minha consciência? Estão em harmonia com a Palavra de Deus?" Se estiverem, apeguemo-nos a elas, seja qual for o preço.

A Namoradeira Sincera


Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: Dá-Me de beber, tu Lhe pedirias, e Ele te daria água viva. S. João 4:10.

É meio-dia, provavelmente no fim de dezembro do ano 28 d.C. ou início de janeiro de 29 d.C. Jesus, que estivera viajando a pé com os discípulos, escolhe um velho poço junto ao qual sentar-Se. Enquanto Ele descansa, os discípulos vão a uma aldeia próxima de Sicar para comprar alimento. Jesus olha para o vale na direção da aldeia, e vê que se aproxima uma mulher com um cântaro de água sobre o ombro.
As mulheres no Oriente Médio geralmente não buscam água nas horas mais quentes do dia. Talvez ela esteja vindo ao meio-dia porque se preocupa menos com os raios quentes do sol do que com os olhares fulminantes de suas irmãs mais respeitáveis.

Quando ela chega ao poço, Jesus lhe pede um pouco de água. A resposta dela é um tanto atrevida, talvez até galanteadora: "Como, sendo Tu judeu, pedes de beber a mim que sou mulher samaritana?" S. João 4:9. Se ela está querendo "paquerar", Jesus não cai no seu jogo. Em vez disso, leva o assunto para um plano espiritual.

"Se conheceras o dom de Deus..." Jesus usa essa expressão com um sentido enigmático, para despertar a curiosidade da mulher. O que Ele quer dizer é: "Se você soubesse quem sou..." Afinal de contas, Ele é o Dom de Deus ao mundo (ver S. João 3:16). Sua manobra funciona! O interesse da mulher é despertado. Então, pouco a pouco, Jesus revela cuidadosamente os segredos daquela vida de vergonha.

A mulher tenta fugir das embaraçadoras revelações, mudando o rumo da conversa para uma discussão teológica, mas Jesus ergue o tema para um nível mais elevado. Novamente em sintonia, a mulher reconhece: "Eu sei... que há de vir o Messias...; quando Ele vier nos anunciará todas as coisas." Verso 25. Essa é a oportunidade áurea de Jesus. Indo direto ao ponto, Ele diz: "Eu o sou, Eu que falo contigo." Verso 26.

E a mulher crê! A namoradeira sincera se converte.
Que lição de conquista de almas! Não vá para o atalho das discussões teológicas; leve o tema para um plano espiritual.

A Solução de Deus Para o Desalento


Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor Se compadece dos que O temem. Pois Ele conhece a nossa estrutura, e sabe que somos pó. Sal. 103:13 e 14.

Se já houve alguém com boas razões para sentir-se no topo do mundo, foi Elias. Por sua palavra, havia deixado de chover por três anos e meio (ver S. Tiago 5:17). Em resposta à sua oração, um relâmpago cortou um céu sem nuvens e consumiu o sacrifício sobre o altar. Ele orou, e choveu outra vez (ver o versículo 18 e I Reis 18:36-39 e 45). Exuberante com o sucesso, Elias correu na frente da carruagem de Acabe, desde o cume do Carmelo "até à entrada de Jezreel". I Reis 18:46.

Pouco depois dessa experiência no alto do monte, entretanto, Elias encontrou-se atolado no lamaçal do desalento. Como se pode explicar essa mudança de estado de ânimo? Seria possível que, após ter o Senhor atuado tão poderosamente através dele, Elias começasse a pensar que o poder para fazer todas aquelas coisas era seu próprio? Ou estaria simplesmente passando por uma reação natural ao esforço físico depois de correr do Carmelo até Jezreel? Ou teria sido um caso de autopiedade devido à ingratidão de Acabe e Jezabel?

Seja qual for o motivo, gosto da maneira como Deus lidou com Seu desalentado servo. Você recorda: Ele falou com Elias no Monte Horebe, numa voz tranqüila e suave.

Posso imaginar Deus colocando o braço em torno de Elias e dizendo:
- O que é que você está fazendo aqui, Elias? Você está tentando fazer Meu trabalho, em vez de permitir que Eu tome conta do caso. Deixe Jezabel e seus ímpios seguidores comigo; sei como cuidar disso.

E posso ouvir a resposta de Elias:
- Senhor, tenho sido muito zeloso em Sua causa, e o único fiel que resta em todo o Israel; mas veja agora: estão procurando matar-me!

Ouço a resposta de Deus:
- O que você não percebe, Elias, é que ainda tenho 7.000 em Israel que não dobraram os joelhos a Baal. Meu filho, esqueça-se disso. Ainda tenho muito trabalho para você fazer.

Alguma vez você já se sentiu como Elias? Não é maravilhoso ter um Pai celestial que conhece a nossa estrutura e trata os desanimados com compaixão?

Caráter


Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e nada disponhais para a carne, no tocante às suas concupiscências. Rom. 13:13 e 14.

Enquanto eu cursava a faculdade, Walter B. Clark era o preceptor dos rapazes. Certa noite, enquanto dirigia o culto, ele disse: "O caráter é aquilo que você é no escuro." Ele poderia ter acrescentado: "E também o que você é de dia, quando acha que ninguém está olhando."

Vários anos atrás, John Gosson se dirigia de moto a uma oficina de carros em Syracuse, Nova Iorque. Ele havia lido o anúncio de uma Honda; queria dar uma olhadinha e, quem sabe, comprá-la. Sem que ele o percebesse, o vento abriu o bolso de sua jaqueta, que continha 7.500 dólares - suas economias dos últimos sete anos.

As notas se espalharam pela rodovia. Os motoristas que passavam, pararam e se serviram daquela "chuva de dinheiro". Um motorista honesto, que conseguiu recolher 3.120 dólares, devolveu-os a Gosson. Outro, contudo, acrescentou um insulto ao dano, não apenas por ficar com o dinheiro que havia recolhido, mas ainda mandando ao infeliz jovem um cartão postal ofensivo, no qual se gabava de ter passado "férias pagas" na Califórnia. O cartão dizia: "Eu me senti no sétimo céu, juntando e guardando aquele 'troquinho' na rodovia, o qual, segundo descobri, pertencia a você."

Caráter de Prata Refinada
Vai sentar-se, como o purificador de prata, vigiando com atenção, até que todo o refugo tenha sido queimado. Purificará os levitas, os servos de Deus, e os limpará como se limpa o ouro e a prata. Assim, eles servirão a Deus com corações puros. Mal. 3:3 (A Bíblia Viva).

A parte de trás de objetos feitos com prata da melhor qualidade em geral traz estampada a palavra "sterling" (esterlina). Você sabe como se originou a palavra "esterlina"?

Segundo Walter de Pinchebek, que viveu por volta do ano 1300, havia na cidade de Hanse, no norte da Alemanha, um estabelecimento mercantil chamado Easterling. Os sócios dessa firma eram reconhecidos como sendo tão íntegros em suas transações, que receberam privilégios especiais no comércio e nos bancos. Os comerciantes da filial inglesa dessa firma obtiveram permissão para cunhar moedas com seu próprio nome. Essas moedas eram cunhadas com a palavra "Easterling". Compunham-se de 92,2% de prata e menos de 8% de liga (esta última era necessária para evitar que a prata se desgastasse muito rapidamente). Por fim, a palavra Easterling foi encurtada para "sterling" (esterlina) e daí em diante toda prata que atinge essas especificações passou a ser marcada como esterlina.

No verso de hoje, o Senhor é retratado como refinador de metais preciosos. Os refinadores de ouro e prata dos tempos bíblicos são descritos como estando assentados diante de uma fornalha, observando atentamente o processo de purificação, para que nada se perdesse do precioso metal (ver Isa. 1:25). Para que o resultado fosse o melhor, o refinador não aplicava calor de mais nem de menos. Quando o minério chegava ao ponto de fundir-se, a escória era removida sem danificar o precioso metal.
Deus freqüentemente usa provas que parecem "ardentes" para refinar o nosso caráter. Como o salmista diz: "Tu nos colocaste no fogo para nos purificar, como se faz com a prata." Sal. 66:10 (A Bíblia Viva).

"Esterlina" está para a prata assim como "cristão" deve estar para o caráter.

A Bondade Compensa


Não se esqueçam de ser bondosos com os estranhos, porque alguns que fizeram isso hospedaram anjos sem percebê-lo! Heb. 13:2 (A Bíblia Viva).

Tarde da noite, muitos anos atrás, um casal de idade encaminhou-se ao encarregado da portaria no turno da noite, em um hotel de terceira categoria em Filadélfia.

- O senhor teria um quarto onde pudéssemos passar a noite? Já andamos por toda a cidade procurando um lugar onde hospedar-nos, e nada encontramos. Por favor, não nos diga que não tem um quarto onde possamos pernoitar.

- Bem - respondeu o encarregado. - Não tenho um único quarto disponível no hotel, mas podem ficar no meu próprio quarto. Não é tão bom como alguns outros quartos, mas é limpo e para mim será um prazer recebê-los como hóspedes.

- Que Deus o abençoe - suspirou a esposa.
Na manhã seguinte, na hora do desjejum, o marido pediu que um dos garçons chamasse o funcionário da noite. Queria tratar de um assunto importante com ele. Quando este chegou, o marido agradeceu-lhe a bondade e pediu que ele se assentasse.

- Eu sou John Jacob Astor - informou o hóspede. - O senhor é uma pessoa nobre demais para passar o resto de sua vida como porteiro noturno de um hotel de terceira categoria. O que acharia de ser o gerente geral de um grande, belo e luxuoso hotel na cidade de Nova Iorque?
- Isso é maravilhoso demais! - gaguejou o homem.
E assim a bondade de um obscuro funcionário do período noturno de um hotelzinho foi recompensada quando ele se tornou o gerente geral do famoso Hotel Waldorf-Astoria.

Nosso verso faz alusão à hospitalidade demonstrada por Abraão aos três viajantes que na verdade eram anjos. Sim, a bondade compensa. Mas o pagamento nem sempre é recebido nesta vida. Em muitos casos, o dia do pagamento não chegará antes daquele dia em que Jesus dirá: "Vinde, benditos de Meu Pai! entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome e Me destes de comer; tive sede e Me destes de beber; era forasteiro e Me hospedastes; estava nu e Me vestistes; enfermo e Me visitastes; preso e fostes ver-Me." S. Mat. 25:34-36.

Ação Não é Passatempo de Espectadores
Ela [Maria] deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-O e O deitou numa manjedoura porque não havia lugar para eles na hospedaria. S. Luc. 2:7.

A insensibilidade e a indiferença não são qualidades confinadas aos tempos antigos. Podem ser vistas em nossos dias também.
No dia 6 de dezembro de 1964, uma jovem senhora deu à luz uma criança na calçada de uma movimentada esquina em Oklahoma, Estados Unidos. Uma multidão de curiosos transeuntes parou para observar, mas ninguém prestou auxílio. Depois de algum tempo, um turista sentiu pena e chamou um táxi, mas o motorista recusou-se a levar a mãe e o bebê ao hospital porque sujariam o veículo. O prestativo turista chamou a polícia. Esta informou que estava ocupada demais, com chamados mais urgentes.

A essa altura, Bob Cunningham, ex-deputado federal, passou ali por acaso e telefonou aos bombeiros para que enviassem uma ambulância. O pedido não foi atendido. Enquanto isso, Cunningham pediu que um espectador buscasse um cobertor no hotel do outro lado da rua, mas também foi em vão. Finalmente, Cunningham colocou a senhora e o bebê em seu próprio carro, levando-os para o hospital.
Essa inacreditável história nos faz pensar no que aconteceu com Jesus e Sua mãe há dois mil anos. Seria possível que tivéssemos expressado a mesma indiferença se fôssemos proprietários de hospedarias em Belém?

Vivemos numa época em que as pessoas são relutantes para envolver-se, especialmente se o "próximo" for um estranho ou indigente. Um exemplo disso ocorreu anos atrás em Nova Iorque. Kitty Genovese retornava ao seu apartamento tarde da noite, quando foi atacada e esfaqueada várias vezes. Pelo menos 38 pessoas ouviram os gritos dela por socorro. Finalmente, alguns levantaram as persianas para ver o que estava acontecendo. Uns poucos gritaram com o agressor, mas ninguém chamou a polícia ou prestou ajuda, e a infeliz moça faleceu.

Quando saímos do caminho para prestar ajuda a alguém necessitado, na verdade o fazemos para Cristo, pois Ele disse: "Sempre que o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes." S. Mat. 25:40.

Lance a Corda salva-vidas
Quando estou entre os fracos na fé, eu me torno fraco também a fim de ganhá-los. Assim eu me torno tudo para todos a fim de poder, de algum modo, salvar alguns. I Cor. 9:22 (BLH).

Por volta do ano de 1875, a traineira Gertrude foi apanhada por uma tempestade violenta a uns 65 quilômetros de Lowestoft, na costa da Inglaterra. Cinco homens do mar, bem como tudo o que se movia no convés, foram jogados ao mar. Somente um marinheiro e o cozinheiro do barco permaneceram vivos. A traineira Alfred aventurou-se a chegar perto para ver se podia ajudar. Repetidas vezes os homens do Alfred jogaram cordas para Gertrude, mas cada vez que o faziam, ou elas não alcançavam os sobreviventes, ou estes, paralisados pelo frio, não conseguiam segurá-las.

Anoiteceu. O Alfred manteve contato com o barco à deriva por meio de sinais luminosos. Quando amanheceu, Alfred Freeman, um rapaz de 18 anos e aprendiz de marinheiro, ofereceu-se voluntariamente para ir até à embarcação. Sozinho na furiosa tormenta, ele remou seu barquinho até ao Gertrude e subiu a bordo. Mas a onda seguinte esfacelou o seu barquinho a remo contra o lado de Gertrude. Numa tentativa final e desesperada, a tripulação do Alfred jogou mais uma corda. Freeman conseguiu apanhá-la e os homens foram salvos.
Em inglês há um hino com o título "Lance a Corda Salva-vidas". Alguns acham que o autor comemora, com a letra desse hino, o incidente do resgate do Gertrude pelo Alfred.

Paulo, que escreveu as palavras de nosso verso, viajou muito por mar. A caminho de Roma, seu navio foi apanhado por uma tempestade e afundou. Mas, com tormenta ou sem tormenta, ele testemunhava por seu Senhor. Mesmo enquanto rugia a tempestade, Paulo testificou: "Porque esta mesma noite o anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas. ... Deus por Sua graça te deu todos quantos navegam contigo. Portanto, senhores, tende bom ânimo; pois eu confio em Deus, que sucederá do modo por que me foi dito." Atos 27:23-25.

Mão Ajudadora
Ora, nós que somos fortes, devemos suportar as debilidades dos fracos, e não agradar-nos a nós mesmos. Rom. 15:1.

Alguns anos atrás, um amigo meu passou por uma cirurgia em sua mão esquerda, a fim de corrigir uma condição conhecida como contratura de Dupuytren. A cirurgia prejudicou a circulação do sangue naquela mão. Como resultado, ele descobriu que, quando o tempo esfriava, sua mão direita parecia procurar automaticamente a esquerda para aquecê-la.

É esse o tipo de cooperação em nível espiritual de que Paulo está falando em nosso texto. Em várias de suas epístolas, o apóstolo compara a igreja de Cristo a um corpo, e suas várias partes a membros da igreja (ver Rom. 12:4-6; I Cor. 12:13-27 e Efés. 4:11-13).
Aplicando a experiência de meu amigo à analogia de Paulo, descobrimos que, se observarmos o amor de um membro começando a esfriar (S. Mat. 24:12), nós que somos espiritualmente saudáveis faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para "aquecê-lo".

Mão Amiga
Pedro... ficou cheio de pavor e começou a afundar. "Salve-me, Senhor!" gritou ele. No mesmo instante Jesus estendeu-lhe a mão e o salvou. S. Mat. 14:29 e 30 (A Bíblia Viva).

Muitos anos atrás, a escuna Tomas M. N. Stone afundou ao largo da costa oriental dos Estados Unidos. O Comandante Newcomb e sua tripulação de seis pessoas escaparam num bote salva-vidas. Foram resgatados alguns dias mais tarde pela embarcação África, que os levou a Nova Iorque.

Newcomb registrou uma queixa junto às autoridades da Marinha, declarando que enquanto se encontravam à deriva, um barco a vapor de casco preto e uma só chaminé passara por eles a uns três quilômetros de distância, sem ter parado para prestar socorro. A tripulação do barco tinha obviamente visto o internacionalmente conhecido sinal de perigo (um cobertor preso a um remo), pois o vapor havia tocado três vezes a sua buzina - mas prosseguira sem parar. Disse Newcomb: "Se eu soubesse o nome daquele barco e o de seu capitão, o mundo inteiro ficaria sabendo!"

Acho que nem sempre nos damos conta de que muitos náufragos no mar da vida são ignorados como aquele comandante e sua tripulação.
Minha esposa e eu visitamos recentemente o nosso filho Don e família, na cidade de Paradise, Califórnia. Eu havia sido aspirante ao ministério 40 anos antes, naquela mesma cidade. Enquanto andávamos por locais familiares para mim, mostrei para minha esposa o lugar onde havia morado uma família de membros da igreja (vou chamá-los de Clark). Quando os visitei, a Sra. Clark pediu-me que visitasse o seu filho de 19 anos de idade, que morava numa cabana próxima. Ela contou que ele não tinha amigos, nunca saía e estava simplesmente jogando a vida fora.

Quando bati e a porta se abriu, fui recebido pelo rosto mais triste que me recordo de ter visto na vida. Momentos depois, o rapaz se desfazia em lágrimas. Devido a minha inexperiência, eu não sabia o que fazer. Li um versículo das Escrituras, fiz uma breve oração e fui embora. Pouco tempo depois, fui transferido para outro distrito e não dei continuidade àquela visita inicial, mas isso não era desculpa realmente para negligenciar o rapaz. Eu poderia pelo menos ter-lhe escrito uma carta animadora. A inexperiência não deve ser usada como pretexto para deixar de atender os que se encontram em necessidade.

Por todos os lados, ao nosso redor, há pessoas como aquele rapaz. Necessitam de um amigo. De alguém solícito. De alguém que as leve a Jesus, que nunca deixa de estender a mão para salvar.

Largar o Peso Todo


Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós. I S. Ped. 5:7.

A seguinte anedota pode ser fictícia, mas ilustra um fato. De acordo com a história, quando um montanhês completou seu septuagésimo quinto aniversário, um piloto de avião ofereceu-se para levá-lo a um passeio aéreo e sobrevoar as terras onde ele havia vivido. Apreensivo a princípio, o idoso senhor finalmente aceitou o convite.

Depois que ele retornou à terra firme, um de seus amigos perguntou:
- E daí, o senhor não ficou com medo, Tio Dudley?
- Não, não cheguei a ter medo. Sabe, eu não larguei todo o meu peso no banco do avião!

Nós sorrimos, mas não é assim que acontece conosco muitas vezes? Não confiamos completamente em Deus e podemos ser comparados ao homem que se arrastava ao longo de uma estradinha carregando um pesado fardo às costas.
Um fazendeiro passou por ele de carroça e ofereceu-lhe carona. O andarilho aceitou.

Depois de algum tempo, o fazendeiro observou que o homem havia erguido o seu fardo. Quando o fazendeiro insistiu para que ele o colocasse no assoalho da carroça, o homem teria respondido: "Não creio que o pobre cavalo agüente sozinho."