terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sambódromo carioca ganhará mais 15 mil lugares para carnaval de 2012


Sambódromo do Rio de Janeiro terá 15 mil novos lugares para o carnaval de 2012.

A Passarela do Samba vai ser reformada para resgatar o projeto do sambódromo, idealizado há 30 anos pelo arquiteto Oscar Niemeyer. O projeto foi apresentado nesta terça-feira, dia 14 e prevê a construção de novas arquibancadas, camarotes e frisas, banheiros, áreas de serviço e postos médicos.

Com a nova estrutura, o sambódromo vai ganhar mais 15 mil lugares e servirá, também, para sediar competições esportivas, como as provas de tiro com arco nas Olimpíadas de 2016.

As obras estão orçadas em R$ 30 milhões e serão custeadas pela Ambev (Companhia de Bebidas das Américas), dona dos antigos prédios no local que pertenceram à Cervejaria Brahma e que serão derrubados. Para não prejudicar o carnaval deste ano, as obras começam depois da festa.

“A cidade avança para concluir ou iniciar tudo aquilo que assumiu com o COI [Comitê Olímpico Internacional] para as Olimpíadas sem gastar um tostão do dinheiro público. É uma operação toda amarrada aos recursos privados, a não ser o parâmetro urbanístico concedido no terreno ao lado para qualificar também”, disse o prefeito, Eduardo Paes.

De acordo com o secretário municipal de urbanismo, Sérgio Dias, a Marquês da Sapucaí vai resgatar o projeto idealizado por Niemeyer, com a simetria que não foi possível ser construída por causa da fábrica da Brahma no local. Segundo Dias, uma torre de 70 metros da fábrica será preservada no terreno, onde serão instalados equipamentos "para permitir mais conforto à população durante os espetáculos". Dentre outras instalações, está previsto um estacionamento subterrâneo com 1.932 vagas.

Será construído um novo bloco com três módulos de arquibancadas, camarotes e frisas, incluindo áreas de instalações de banheiros públicos, acessos para portadores de deficiências, postos médicos, sala de segurança, áreas de serviço e um espaço destinado aos jurados. Em contrapartida a cervejaria poderá construir três torres de até 11 andares, além de uma edificação de 80 metros de altura em parte do terreno.

A Passarela do Samba foi inaugurada em 1984, no governo de Leonel Brizola, com 700 metros de extensão e 13 metros de largura. O espaço foi construído em 120 dias com o uso de técnicas de construção pré-moldada em concreto armado. Hoje o local tem capacidade para aproximadamente 60 mil expectadores.

Tirando as pedras do caminho

Drama do crack cresce sem controle, mas missões evangélicas mostram que saída é possível.


Dependentes usam crack à luz do dia no centro de São Paulo: droga devastadora já é um drama de saúde pública no país.

Sexta-feira, dez horas da noite. Em ruas semidesertas da maior cidade brasileira, homens, mulheres e crianças disputam as sarjetas e calçadas com ratos e sacos de lixo. O movimento é intenso e a variedade de tipos humanos, também; vestidos com farrapos ou roupas da moda, dezenas de pessoas negociam freneticamente cigarros, cachimbos, estiletes, comida com validade já vencida e, principalmente, pedrinhas de crack. A cena se passa na região da Luz e Santa Ifigênia, em São Paulo, mas se repete todas as noites – e à luz do dia, também – tanto nas grandes cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, Brasília e Salvador, como em pequeninas localidades. Sim, o crack é hoje problema de saúde pública de dimensão nacional, uma chaga que assusta a sociedade, preocupa o governo e destrói mentes e corações.

Droga de preço acessível mesmo a miseráveis – pode-se conseguir uma dose por um ou dois reais –, o crack é feito de sobras do refino da cocaína misturadas com outras substâncias químicas como bicarbonato de sódio e amônia. Chegou ao Brasil no final da década de 1980 e nos últimos cinco anos tem feito um verdadeiro arrastão pelo país. O Ministério da Saúde já o considera problema de saúde pública. De acordo com dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), quase 200 mil brasileiros estão viciados. A maioria deles começou a consumir “a pedra”, como é chamado o crack, entre os 13 e 26 anos. Enquanto se lê esta reportagem, boa parte deles estará consumindo o entorpecente ou tentando arranjar algum dinheiro para comprá-lo, seja vendendo alguma coisa de casa, endividando-se com traficantes ou simplesmente roubando.

Se o quadro já parece alarmante, as imagens e histórias de quem é dependente só reforçam a dramaticidade da situação. Tatiele não aparenta ter 29 anos. É miúda e magrinha, tem o cabelo curtinho, mãos trêmulas e fala acelerada. Há quatro meses, saiu de Campinas, no interior de São Paulo, deixou os dois filhos com a mãe e está morando na Cracolândia paulistana. “Não queria estar nessa vida, mas a pedra prende a gente de tal forma que, depois de uma semana usando, você já está completamente dependente”, desabafa a moça. Aos 12 anos, ela começou a fumar maconha, e logo partiu para a cocaína. “Isso não é vida”, faz coro Érica, que desde os 16 mora nas ruas do centro de São Paulo. Hoje, tem 28 anos, seis passagens pela polícia por furto, hematomas pelo corpo todo e uma cortante solidão. “Minha mãe e irmã morreram”, conta. “Não tenho amigos, nem sequer uma pessoa em que possa confiar”, diz, deixando as lágrimas escorrerem pelo rosto.

Farrapos humanos como Érica perderam completamente a esperança em determinado momento da vida. Mas enquanto aguarda para tomar banho nas dependências de uma instituição mantida por evangélicos, ela tem ao menos algum alento. “Deus nos faz nova criatura”, brada o pastor Humberto Machado para um público de mais ou menos 50 pessoas, entre dependentes químicos, homossexuais, sem-tetos e também obreiros, em sua maioria ex-viciados. Três cachorros alertas até parecem também entender a mensagem. O culto é o primeiro dos três que acontecem diariamente na igreja, que oferece também alimentação, banho e roupas, e foi montada em um salão da Rua Barão de Piracicaba, um dos braços da Cracolândia. “Começamos esse projeto na Primeira Igreja Batista, mas Deus colocou em nosso coração que era preciso estar mais perto para transformar essa realidade” conta Ricardo, o obreiro responsável pelo espaço. Ele deixou as drogas em 2008, e a fé teve papel fundamental em sua recuperação. “Eu quero que as pessoas tenham acesso a essa liberdade e paz que eu sinto hoje”, diz.

Envolvimento –A Cristolândia, como é chamado o projeto, em um mês de funcionamento enviou 30 pessoas para casas de reabilitação. O número parece pequeno perto do tamanho do problema, mas, só para ter uma idéia, a Prefeitura de São Paulo, após mais de oito meses de atuação intensiva na região – com a Ação Integrada Centro Legal –, conseguiu encaminhar apenas 190 pessoas para internação. “Não adianta colocar agente de saúde, polícia ou assistente social, gente que só está aqui para cumprir protocolo. É preciso envolvimento”, afirma a missionária Nildes Nery, que há cinco anos saiu de Salvador (BA) com marido e duas filhas para morar e resgatar vidas na Cracolândia, através do Projeto Retorno. Distribuindo lanches duas noites por semana e oferecendo, além de auxílios básicos, carinho, a pastora do Ministério Quadrangular conquistou o afeto e confiança dos moradores de rua, prostitutas e viciados da região. “Não há nenhuma novidade no que faço”, minimiza. “Só sigo aquilo que Jesus mandou. O mais importante dessa obra sempre será o amor”, frisa.
Pioneira na região, a Comunidade Evangélica Nova Aurora (Missão Cena) compartilha o amor de Deus com os excluídos desde 1987. Tudo começou em uma borracharia da Rua Aurora, conhecida zona de prostituição do centro ca capital paulista, onde o pastor Nivaldo Nassif fazia cultos às sexta-feiras. “Era a chamada Noite de Paz’” conta o missionário João Antonio, o Jota. Com a chegada de voluntários americanos, suíços e alemães, o projeto foi crescendo e ganhando novas áreas de atuação, junto a crianças e adolescentes em situação de risco e prostitutas. E, em 1991, a missão foi fundada oficialmente, contando com uma sede na Avenida General Osório, a conhecida Casa Amarela, e um terreno em Juquitiba, onde funciona o centro de reabilitação Fazenda Nova Aurora.

Na Casa Amarela, prostitutas, travestis, meninos de rua e viciados recebem atendimento médico e odontológico, assistência jurídica, comida, banho e roupa. E também ouvem a palavra transformadora do Evangelho. Os dependentes químicos têm a oportunidade de serem encaminhados para atendimento especializado e, se assim desejarem, receber a Cristo como Senhor e Salvador. À noite, os missionários saem pelas ruas para conversar com os usuários de crack e lembrar-lhes que é possível mudar. “É preciso cuidar daqueles que já caíram no vício, mas também de quem corre o risco de entrar nessa. Por isso, na Casa, temos atividades com jovens e crianças que moram nos prédios da região”, diz Jota.

Adrenalina fatal – Essas iniciativas mostram que, se há muitas pedras no caminho, há também cada vez mais mãos dispostas a remove-las e a cuidar das feridas de quem foi machucado pela vida. “Primeiro, precisamos oferecer esperança, para depois construir o conceito de fé”, defende o pastor Junior Souza, da Vineyard, igreja focada em missões urbanas. E é preciso admitir que o processo de libertação nem sempre é rápido ou sem recaídas. “E isso muitas vezes acontece porque a igreja e as famílias não estão preparadas para receber essas pessoas, mesmo quando já não consomem drogas”, diz Ricardo. Uma estatística impressiona: segundo levantamentos das entidades cristãs que atuam com este segmento, cerca de 70% das vítimas do crack já frequentaram ou ao menos tiveram algum envolvimento com igrejas evangélicas.

Benedito, homem na casa dos 30 anos, de estatura média e extremamente amável, sentiu isso na pele. “Fui internado três vezes. Numa delas, fui batizado e arrumei um emprego. Mas, quando saí da casa de reabilitação, não tinha ninguém realmente ao meu lado, toda a minha história estava vinculada à droga”, relata. “Acabei usando o meu primeiro salário, de R$ 700, para ficar durante meses na Cracolândia”. Na quarta internação, parou para pensar no que havia ganho durante os sete anos em que viveu de maneira praticamente exclusiva para o vício. “Percebi que só perdi emprego, família e dignidade”, conta, com a voz embargada. “Com a ajuda dos irmãos e com força de vontade, decidi que não iria mais cair nessa armadilha do diabo. Hoje posso passar no meio das pessoas consumindo crack sem me entregar à vontade de usar. Deus trabalhou no meu espírito, o que supera qualquer desejo físico.”

Não é fácil ignorar as seqüelas da droga no corpo, mesmo quando ela não está mais presente na vida do ex-viciado. “Dizem que o efeito do crack é como o de oito orgasmos em, no máximo, doze segundos” conta Ricardo, que atua na Missão Cena. Isso pode é biologicamente explicado porque o conjunto de substâncias contidas na pedra atua com a dopamina, neurotransmissor químico responsável pelas respostas do corpo ao prazer. Com isso, ao usar a droga, o viciado fica mais agitado e, consequentemente, libera mais adrenalina, o que, em alguns, casos pode se fatal, levando a um infarto. Como o prazer e agitação são extremamente efêmeros e passageiros, em poucos segundos o usuário está desanimado, depressivo e com náusea, o que desperta a “fissura”, ou seja, a busca incessante pela próxima dose.

Apesar das consequências nocivas ao corpo, a questão principal não é essa. “A maioria das pessoas que usam drogas, sejam lícitas ou ilícitas, não tem problemas de saúde e nem precisam ser tratadas por conta disso”, diz o médico Raul Gorayeb, ex-coordenador do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do Centro de São Paulo. Gorayeb foi afastado do cargo em fevereiro deste ano por discordar dos métodos do órgão oficial. “Para cuidar dessas pessoas, nós não temos que internar, mas sim ganhar a confiança delas, levar para um abrigo e verificar a existência de vínculos familiares”, explica.

É nessa lacuna que os obreiros evangélicos atuam: “Ganhamos muito respeito por parte dos órgãos públicos que trabalham na região, porque nos relacionamos com os usuários e não apenas os ‘atendemos’ ou ‘abordamos’, como se diz”, aponta a pastora Neldecy. Em todas as missões, a base da atuação é o diálogo e a aproximação com os dependentes, que, depois de pouco tempo, reconhecem nos missionários pessoas em que podem confiar. “A igreja, muitas vezes, tem que fazer o papel da família, cuidar das ovelhas”, defende Ricardo, da Cristolândia. E em uma coisa todos concordam: é preciso de fato ver essas pessoas, e não simplesmente encará-las como parte de um cenário triste.

Para saber mais sobre o trabalho evangélico na Cracolândia, você pode entrar no site da Missão Cena (www.missaocena.com.br), acompanhar o twitter do projeto Retorno (@projetoretorno) ou ligar para lá (11/3371-1264) e visitar a Cristolândia (Alameda Barão de Piracicaba, 509, Luz; aberta todos os dias das 9h às 21h). Há campanhas muito interessantes contra o crack encabeçadas pela Secretária da Saúde (www.nuncaexperimenteocrack.com.br) e pelo Grupo RBS (www.cracknempensar.com.br) também.

Professor enterra estudantes vivos durante aula

Curso de medicina em Taiwan inclui fazer o próprio testamento e ficar dentro de caixão


O professor taiwanês Qiu Daneng enterrando uma de suas alunas

Um professor de medicina de Taiwan desenvolveu uma forma mortal de dar aulas: ele está enterrando os estudantes como forma de ensinar o valor da vida para os jovens.

Qiu Daneng, que dá aulas na Universidade Rende de Medicina, afirma que a ideia de colocar os estudantes em caixões e enterrá-los sob o chão da sala de aula surgiu para mostrar a eles um pouco sobre a morte.

A proposta é estimular os alunos a pensar no que eles podem fazer para preservar a vida dos futuros pacientes, disse o professor ao site Orange News.

- Apesar de ser apenas por dez minutos [o enterro], o efeito é semelhante à morte.

No início do curso, os estudantes têm como tarefa preparar seus próprios testamentos. Ao longo das aulas, eles passam a usar roupas próprias para funerais e, por fim, eles são convidados a entrar em caixões feitos sob medida.

Xiao Lin, um dos alunos, deu entrevista para o mesmo site e disse ter "ressuscitado".

- Eu me senti como se tivesse renascido quando saí do caixão, e agora sei que cada segundo conta na vida.

'Quem não teve uma namoradinha que teve que abortar?', indaga Cabral

Governador do Rio comparou legislação brasileira com a de outros países.
Até 300 mil mulheres por ano tratam abortos malfeitos em hospitais, disse.



O governador do Rio, Sérgio Cabral, durante
seminário em São Paulo nesta terça (14

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse nesta terça-feira (14) que a atual legislação sobre aborto no país é uma “vergonha” e afirmou que há "hipocrisia" sobre o tema. Ele defendeu a ampliação dos casos em que a interrupção da gravidez é permitida. Atualmente, apenas mulheres vítimas de estupro e que correm risco de morte podem obter autorização judicial para fazer um aborto.

“O Brasil está dando certo, é aprofundar a democracia, vamos aprofundar a liberdade de imprensa, aprofundar a vida como ela é, discutir os temas que têm que ser discutidos. O aborto, por exemplo, foi muito mal abordado na campanha eleitoral. Será que está correto um milhão de mulheres todo ano fazerem o aborto, talvez mais, em que situação, de que maneira? Não vamos enfrentar, então está bom. Então o policial na esquina leva a graninha dele, o médico lá topa fazer o aborto, a gente engravida uma moça – eu não porque já fiz vasectomia e sou bem casado – mas engravidou... Quem é que aqui não teve uma namoradinha que teve que abortar?”, questionou o governador.

Será que está correto um milhão de mulheres todo ano fazerem o aborto, talvez mais, em que situação, de que maneira? Não vamos enfrentar, então está bom. Então o policial na esquina leva a graninha dele, o médico lá topa fazer o aborto, a gente engravida uma moça – eu não porque já fiz vasectomia e sou bem casado – mas engravidou... Quem é que aqui não teve uma namoradinha que teve que abortar?"Sérgio Cabral (PMDB), governador do Rio Cabral deu as declarações durante discurso em um seminário organizado pela revista "Exame", em São Paulo, sobre oportunidades de negócios no Rio de Janeiro para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, e em uma entrevista logo após o evento.

Na entrevista, Cabral foi questionado sobre a frase. Disse que estava falando de homens que tiveram namoradas que engravidaram e foram abortar em clínicas clandestinas. “Isto é a vida como ela é. Só que o sujeito de classe alta, ele tem uma clínica clandestina de aborto, mas em melhores situações”, afirmou.

O governador do Rio de Janeiro defendeu discussões sobre mudanças na legislação."Vamos encarar a vida como ela é. Acho que está faltando ao Brasil, neste momento, sem dispensar todo o acúmulo que tivemos nesses anos, aprofundar a democracia, os problemas, a legislação", declarou.

Cabral disse que a dicussão sobre o tema deve ser ampliada com a sociedade. "Vamos discutir com a classe médica e as mulheres. Mas tem que ser ampliado [o debate]. Do jeito que está está errado, está falso, está mentiroso, hipócrita. É uma vergonha para o Brasil."

Ele comparou as restrições da legislação brasileira sobre o aborto com a de países onde a religião tem uma influência maior na esfera política. "Vamos pegar países onde a religião tem um peso significativo: Espanha, Portugal, Itália, França, Estados Unidos, Grã Bretanha. Será que esses países gostam menos da vida do que nós? Será que o povo inglês, francês, italiano, povo português, gosta menos da vida do que o povo brasileiro? Esse é o ponto", disse.

Segundo ele, entre 200 mil e 300 mil mulheres são atendidas anualmente em hospitais para reparar danos causados por abortos malfeitos.

"Ninguém é a favor do aborto, você é a favor do direito da mulher a recorrer a um serviço público de saúde para a interrupção de uma gravidez. Imagino que não tem nenhuma mulher no mundo a favor e nenhum homem. Mas uma coisa é uma mulher, por necessidade física, psicológica, orgânica, psiquiátrica, desejar interromper uma gravidez. Acho que o poder público tem que estar preparado para atender essa mulher. Isso é uma hipocrisia [não pemitir o atendimento]", opinou.

‘Fábrica de marginal’
Em 2007, em entrevista exclusiva ao G1 , Cabral havia defendido o aborto como forma de combater a violência no Rio de Janeiro. "Tem tudo a ver com violência. Você pega o número de filhos por mãe na Lagoa Rodrigo de Freitas, Tijuca, Méier e Copacabana, é padrão sueco. Agora, pega na Rocinha. É padrão Zâmbia, Gabão. Isso é uma fábrica de produzir marginal", declarou na época.

Cabral usou como argumento teses do livro "Freakonomics", dos norte-americanos Steven Levitt e Stephen J. Dubner, que estabelece relação entre a legalização do aborto e a redução da violência nos EUA.

Vírus da Aids desaparece em paciente que sofreu transplante de medula óssea

Caso é 'interessante', mas 'isolado', disse hospital que tratou o paciente.
Homem se submeteu a transplante para tratar de uma leucemia.


Médico Gero Hütter fala sobre o caso em entrevista coletiva

O vírus da Aids (HIV) se tornou indetectável em um paciente soropositivo com leucemia depois de um transplante de medula óssea, um caso "interessante", mas "isolado", que não deve suscitar falsas esperanças, explicou nesta quarta-feira (12) um hospital de Berlim.

"Trata-se de um caso interessante para a pesquisa", declarou em comunicado o professor Rodolf Tauber. "Entretanto, dar esperanças às pessoas contaminadas pelo HIV não seria sério", ressaltou, mencionando um "caso isolado".

Soropositivo há dez anos, o paciente, um americano de 42 anos que vive em Berlim, teve que se submeter a um transplante de medula óssea para tratar uma leucemia detectada há três anos.

Entre os doadores potenciais, se encontrava uma pessoa portadora de uma mutação genética já conhecida pelos cientistas, mas ainda inexplicada. Esta particularidade, uma mutação do receptor CCR5 do vírus, está presente em 1% a 3% da população européia e parece dar aos indíviduos portadores uma imunidade ao HIV.

A equipe do hematologista berlinense Eckhard Thiel escolheu este doador específico "com a esperança de que depois do transplante da medula óssea, o vírus do HIV também desapareceria".

O paciente, há anos sob tratamento anti-retroviral e que nunca desenvolveu a Aids, interrompeu seu tratamento no momento do transplante, para evitar que os medicamentos provocassem uma rejeição.

"Normalmente, a interrupção dos anti-retrovirais provoca o desenvolvimento da Aids em algumas semanas. Mas até hoje, mais de 20 meses depois do transplante, o HIV continua indetectável neste paciente", afirmou nesta quarta-feira a equipe de Thiel.

"Este procedimento não é adequado ao tratamento de pacientes portadores do HIV, nem hoje nem num futuro próximo", alertou o médico Gero Hütter, um membro da equipe berlinense, durante uma entrevista coletiva.