quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Estudante de 16 anos é aprovada em nove vestibulares para medicina

'Sempre fui exigente demais comigo', diz Marcela.
Garota vai estudar na Universidade de São Paulo (USP).

Marcela Malheiro, de 16 anos, passou na USP, Unicamp, Unesp, UFRJ, Unifesp...

Marcela Malheiro Santos, de 16 anos, tem o privilégio de escolher entre o curso de medicina de nove universidades brasileiras. A estudante foi aprovada nas principais instituições de ensino do país, entre elas: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

No total, Marcela prestou 13 vestibulares. Passou em nove, não passou em quatro A estudante já decidiu: vai fazer o curso de medicina da USP.

Filha de um bancário e uma profissional de biblioteconomia, a estudante diz que seus pais nunca exigiram que ela fosse uma aluna excelente e tivesse sucesso no vestibular. A mãe, inclusive, avisou que a família faria um esforço para mantê-la em uma universidade particular caso ela não conseguisse vaga nas públicas. Porém, Marcela nem trabalhou com esta hipótese.

"Sempre fui exigente demais comigo. Na escola se eu tirasse nove ficava mal e ia questionar o professor", disse Marcela ao receber a reportagem do G1 em sua casa, no bairro de Pirituba, em São Paulo, na manhã desta quarta-feira (9). Em plena entrevista, o nome da vestibulanda aparecia em mais uma lista, a dos aprovados em medicina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Mesmo antes de concluir o ensino médio, o nome da estudante já aparecia na lista de classificados da USP. No ano passado, ela foi aprovada como treineira na área de biológicas, e no primeiro ano do ensino médio também passou para a segunda fase, mas não fez a prova porque foi viajar.


Estudante já havia sido aprovado como treineira na
Fuvest em 2010

Quando criança, ela 'pulou' um ano
Ainda criança, Marcela mostrou seu potencial. Quando tinha 6 anos, sua mãe foi informada pela professora de educação infantil da escola onde estudava que a menina já estava alfabetizada e portanto atrapalhava o andamento da turma, por isso deveria ser matriculada no primeiro ano do ensino fundamental, ou seja, "pular" um ano. A mãe, na época, teve dificuldades de encontrar um colégio que aceitasse a matrícula já que a menina ainda não havia completado 7 anos.

Marcela fará 17 anos no próximo dia 22 de fevereiro. Para ela, a pouca idade não será problema quando estiver na faculdade. "Todo mundo estará lá com o mesmo objetivo. Foi difícil para todo mundo da mesma forma, por isso a idade não faz diferença."

Aluna do Colégio Integrado Objetivo, em São Paulo, Marcela diz que não esperava passar em nenhum dos vestibulares que prestou. Tanto que chegou a se matricular como garantia na PUC-Paraná, uma das primeiras instituições a divulgar o resultado. "Toda vez que via meu nome na lista de aprovados ficava muito surpresa", afirma.

Dedicação
Tanto sucesso não foi à toa. Marcela sempre foi boa aluna, ama ler e reservou o ano de 2010 para se preparar ao vestibular. Desistiu das aulas de balé, jazz e sapateado, das conversas com os amigos pela internet, e dos passeios. No máximo, dava uma volta de meia hora de bicicleta, pelo bairro onde mora, em Pirituba, aos domingos.

De manhã, frequentava as aulas regulares do terceiro ano do ensino médio, e à tarde aproveitava as atividades extras da escola, como plantão de dúvidas e aulas de redação. Em casa estudava na escrivaninha no quarto, sob silêncio total. "Nunca fui de ficar estudando o tempo todo, mas prestava muita atenção nas aulas. Os professores dão dicas do que vai cair e há questões modelo que você pode treinar", destacou.

Nas horas de descanso dos estudos, Marcela gostava de andar de bicicleta

A tática de Marcela foi inversa da maioria dos vestibulandos. Entre janeiro a maio de 2010, ela pegou pesado nos estudos, e relaxou no segundo semestre. "Não dá para estudar como maluca. Você fica muito cansada e dá mais nervosismo na hora da prova."

Escolha
A opção por estudar medicina veio de empurrão dos pais que consideram que ela tem perfil para carreira. A garota não imagina como será o curso, nem tem ideia da especialidade que pretende seguir. No momento, está ansiosa com o trote. "Estou com um pouco de medo, mas conheço uma menina que está no segundo ano que pode me ajudar", brinca.

Concluída a missão de passar no vestibular, Marcela tem planos de fazer dança de salão e voltar a viajar - uma de suas paixões. Quando fez 15 anos pode escolher entre uma festa e uma viagem. Fez a segunda opção e passou 30 dias viajando pela Europa com a irmã que também seguiu carreira em saúde e é dentista. Para comemorar o sucesso nos vestibulares, Marcela pretende fazer uma nova viagem com os pais.

Veja dicas de estudos da vestibulanda
- Se possível, dedicar o ano aos estudos e dispensar demais compromissos;
- Não estudar muitas horas por dia;
- Prestar atenção nas aulas e nas dicas dos professores;
- Responder questões de vestibulares anteriores, pois muitos modelos são mantidos;
- Ler revistas, jornais, livros e sites informativos;
- Aos alunos que ainda não estão no terceiro ano, vale a pena prestar vestibular como treineiro;
- Revisar a matéria do dia, em casa;
- Fazer uma redação por semana;
- Buscar formas de relaxar o corpo e a mente pelo menos uma vez por semana;
- Evitar comidas pesadas, como fritura, principalmente antes das provas.

Frei suspeito de pedofilia em MT diz que tinha relacionamento com menina

Religioso detido ao sair de motel com adolescente de 16 anos já foi solto.
Segundo advogado do frei, não houve crime.


Frei suspeito de pedofilia em Mato Grosso

O frei Erivan Messias da Silva, que foi preso ao sair de um motel com uma adolescente de 16 anos em Várzea Grande (MT), afirmou em entrevista ao site da TV Centro América que mantinha um relacionamento amoroso com a jovem há seis meses.

O religioso foi detido ao sair do motel na segunda-feira (31) por suspeita de estupro de vulnerável e permaneceu na prisão até sexta-feira (4). Segundo a delegada Juliana Palhares, responsável pelo caso, ele vai aguardar a conclusão da investigação policial em liberdade. O inquérito do caso ainda não foi concluído.

O frei trabalhava em duas paróquias de Cuiabá, mas foi afastado das funções. A decisão foi divulgada pela Arquidiocese de Cuiabá no dia 1º de fevereiro.

Na entrevista, ele explica que escondeu o relacionamento com a adolescente por medo do escândalo. Ele também pediu perdão aos fiéis e à Igreja.

De acordo com a delegada, o frei usava o carro da paróquia para ir ao motel com a menor. Ele confirmou o fato e disse que sempre teve um veículo à disposição para uso pessoal. O religioso afirmou que tinha permissão da família para sair com a jovem.

Segundo Anderson Nunes de Figueiredo, advogado de defesa do religioso, a Justiça acolheu o questionamento da defesa sobre a hipótese de estupro de vulnerável. “A juíza entendeu que a prisão era ilegal porque, em tese, não estava caracterizado nenhum crime. Para caracterizar o crime de estupro de vulnerável a vítima deve ser menor de 14 anos, ter algum tipo de deficiência ou ser impedida de se defender, o que não era o caso. Houve o consentimento da adolescente. Em todo o momento ela afirmou à polícia que sabia o que estava fazendo”, diz.