quarta-feira, 14 de setembro de 2011

As mudanças no ministério de Dilma

Equipe que tomou posse em 1º de janeiro de 2011 sofreu alterações.
Veja as trocas de ministros desde o início do mandato da presidente.

Bota descarta reintegração imediata de Jobson, mas tem plano de apoio

Clube terá reunião com o atacante nos próximos dias. Ele terá de cumprir normas rigorosas se quiser voltar a defender o Alvinegro no futuro

Bota não descarta dar outra chance a Jobson a
partir de março de 2012 (Foto: Agência Estado)
Após a decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS) sobre o destino de Jobson, que respondia por um processo de doping no Campeonato Brasileiro de 2009, a diretoria do Botafogo se manifestou sobre o caso. A entidade determinou uma pena de dois anos de suspensão para o atacante. O período, porém, não passa a contar a partir desta quarta-feira, mas sim de setembro de 2010. Como o jogador já cumpriu seis meses de suspensão no ano passado, tempo que é contado como parte da punição, ele poderá voltar a jogar em 6 de março de 2012.

Com os direitos presos ao Botafogo até 2015, Jobson terá um encontro com a diretoria nos próximos dias, possivelmente ainda esta semana. Na reunião, vai ouvir dos dirigentes alvinegros que terá de seguir um programa elaborado pelo clube se quiser ter a chance de voltar a defender o Glorioso após o cumprimento da pena. A reintegração imediata ao grupo profissional está completamente descartada, como informou o gerente de futebol Anderson Barros.

- A chance de ser reintegrado é nenhuma, nem cogitamos isso. Isso não vou autorizar, respaldado pela vice-presidência de futebol e pela presidência, claro. Desde o primeiro momento, quando houve a saída dele, considerando o ano de 2011, e a saída do Atlético-MG, fomos cobrados e dissemos que tínhamos o planejamento definido para que o Jobson pudesse voltar ao Botafogo. Teremos uma reunião em breve, nos próximos dias, e estamos autorizando a rescisão contratual dele junto ao Bahia. Automaticamente, retorna o seu vínculo ao Botafogo. Vamos apresentar uma série de situações para ele, para que possa ter um processo de reintegração ou recuperação. Somente depois desses seis meses o Botafogo tomará sua decisão.

O Botafogo não dá detalhes sobre esta programação, mas entende que o histórico de Jobson não permite ao clube apenas reincorporá-lo. A ideia é, passo a passo, auxiliá-lo num amplo processo de recuperação.

O Jobson esteve no Botafogo, cometeu um erro, foi apenado por esse erro, pagou. Errou no Atlético-MG e tentamos corrigir. Esteve no Bahia, errou novamente. Todos que cometem erros precisam pagar e mostrar que merecem uma nova oportunidade. Algumas condições vão ser impostas. Passa por um processo de recuperação para que ele tenha a chance de ter apoio e uma relação com o Botafogo. Ele pode vir a fazer parte. Nem vou dizer a ele se vai ter ou não chance. Primeiro ele tem que provar. Faça isso primeiro e depois o Botafogo decide. Essa é a situação muito clara em relação ao Jobson.

Anderson Barros diz que o Botafogo considera viável dar um suporte financeiro ao atleta, algo que também será planejado a partir do comprometimento do jogador.

- Entendo que sim. Até porque eu não acredito que ele tenha economizado o suficiente para ficar seis meses sem nenhum tipo de auxílio. Como não vai poder exercer a função, cabe ao Botafogo dar todo suporte. Para que isso aconteça, ele vai superando as etapas. Temos profissionais específicos que vão cuidar do caso. Nesta situação (suspensão), o Botafogo teria direito a suspensão contratual, por exemplo. Temos um programa, se for todo ele cumprido, vamos poder dar um suporte a ele. É um investimento que o Botafogo fez, um patrimônio do clube. Se estiver em recuperação, não há razão para não auxiliá-lo.

Ex-companheiro torce pela recuperação

O zagueiro Antônio Carlos jogou com Jobson no Botafogo e comentou a decisão da Corte Arbitral do Esporte. Segundo ele, é hora de o atacante refletir sobre os erros que tem cometido. Ele, no entanto, lembra que é preciso apoiá-lo.

- O Jobson teve alguns deslizes, teve a carreira um pouco manchada pelas coisas que fez fora de campo. Espero que quando ele voltar da punição possa refletir um pouco mais do que a vida pode aferecer a ele, ele tem uma família por trás. Esses seis meses vão ser bons e ele vai poder ver o que pode acertar. Fora de campo tem de ser ajudado. Não adianta falar mal, do que ele faz, é momento de ajudar. Aqui, tentamos ajudar da melhor forma, foi uma decisão da diretoria e respeitamos. Torço para que ele volte da melhor maneira possível e com a cabeça bem melhor. Todo mundo aqui gosta dele. Ele não fazia mal para o grupo. Se estiver com a gente, vamos tentar ajudar. Conversei bastante com ele enquanto esteve aqui, disse que ele perdeu oportunidades, até de servir à Seleção Brasileira. É um cara novo e está deixando a chance passar. Nossa carreira é tão curta. Depois, quando ele perceber vai estar mais velho, numa divisão que não queria jogar, num time que não queria jogar – disse.

Entenda o caso

Jobson foi flagrado no exame antidoping na reta final do Campeonato Brasileiro de 2009, em partidas contra o Coritiba e o Palmeiras, quando defendia o Botafogo. O laudo apontou uso de cocaína; diante do juiz, o atacante admitiu ter usado crack. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva julgou o caso e condenou o jogador a cumprir dois anos de suspensão. No entanto, após recurso, a pena foi reduzida a seis meses e cumprida no primeiro semestre de 2010.

O processo terminaria aí, se a Wada (Agência Mundial Antidoping) não tivesse entrado com um recurso: a instituição considerou a punição muito leve e pediu a pena base para casos de doping, que é de dois anos de suspensão. O atacante foi julgado pela CAS, na Suíça, no dia 21 de junho, e a decisão foi anunciada nesta quarta-feira.