A apresentadora disse que o sofrimento a fez querer 'lutar pelas crianças'.
Em entrevista que foi ao ar no "Fantástico" deste domingo (20), a apresentadora Xuxa disse ter sofrido abuso sexual "até os 13 anos".
Ao falar sobre seu engajamento em campanhas contra a palmada e os abusos, Xuxa declarou: "Eu abracei essas causas todas porque eu vivi isso. Na infância, até a minha adolescência, até os 13 anos, eu vivi isso. Pelo fato de eu ser muito grande, eu chamar a atenção, eu fui abusada".
O depoimento foi dado ao quadro "O que Vi da Vida". "Não foi uma pessoa, foram várias pessoas que fizeram aquilo, em momentos diferentes", disse. "Me sentia suja, me sentia errada. Se eu não tivesse o amor da minha mãe, eu teria ido embora. Só que eu não falei para a minha mãe, eu não tinha coragem. A maioria das crianças não fala."
"Eu me lembro do cheiro", disse. "E não sei quem foi." Mais adiante, porém, ela comenta que um dos abusadores era namorado de sua avó e outro, melhor amigo de seu pai, "que queria ser meu padrinho".
"Até hoje, se você me perguntar por que que aconteceu, eu ainda acho que foi minha culpa. Mas a gente não pode pensar assim, porque a criança não sabe."
A apresentadora disse que o sofrimento a fez querer "lutar pelas crianças".
Na mesma entrevista, ela também falou brevemente sobre os relacionamentos com Pelé e Ayrton Senna. "Vivi um amor que foi rápido, porque ele era muito rápido", disse, em referência ao piloto.
Xuxa contou, ainda, que chegou a visitar Michael Jackson em sua casa, em Neverland, e que o astro a pediu em casamento --e ela recusou.
As informações são do Folha.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
'Essa luta não pode parar', diz artista plástico baiano barrado na Espanha
Menelaw Sete chegou a Salvador na noite de sábado (19).
Em entrevista ao G1, ele relata os momentos de angústia que passou.
De volta a Salvador, o artista plástico Menelaw Sete, que foi impedido de seguir viagem com destino a Milão, na Itália, pelo setor de imigração do aeroporto Barajas, em Madri, na Espanha, contou ao G1 como foram os momentos de angústia antes de ser mandado de volta ao Brasil. O artista faria exposições na Itália e na Suíça.
"Cheguei por volta das 21h de ontem [sábado (19)] em Salvador, mas ainda tive aborrecimentos com o extravio de minhas malas, que seguiram para Milão. Registrei a queixa e a previsão de chegada é para terça-feira", conta Menelaw.
O artista plástico diz que desembarcou no aeroporto espanhol às 11h, no horário de Madri, em conexão para pegar o voo para Milão. No setor de imigração, Menelaw teve que responder a algumas perguntas, como o local para onde iria e o que faria. "Mostrei a carta convite e o panfleto da exposição. Há mais de 15 anos viajo para a Europa, sempre levo a carta convite, mostro as revistas, nunca tive problemas", declara.
Depois de responder aos questionamentos, Menelaw conta que foi informado de que teria que aguardar uma vistoria de seus pertences, que foram levados por funcionários da imigração. "Pedi e deixaram que eu ficasse com um caderno e uma caneta", lembra. O artista plástico passou por duas salas até ser encaminhado para um recinto com beliches e telefones, onde estavam cerca de 30 pessoas. "Senti que era tudo teatro, encenação, quem vai para aquele local é para voltar", opina.
Segundo Menelaw, todo o diálogo dos funcionários da imigração acontecia em espanhol, até que ele recebeu um documento em português anunciando que uma brasileira entraria com ele em outro espaço para conversar com uma advogada do aeroporto. "Eu sentia que buscavam uma justificativa para me manter ali. Perguntaram se eu tinha cartão de crédito, carta convite, o que ia fazer, onde ia ficar... Mostrei tudo, mas alegaram que eu tinha pouco dinheiro e que a carta não estava carimbada. Eu quis ligar para o empresário que me aguardava, mas disseram que não ia resolver e que ele não poderia entrar lá. Eles não dão chance a você de se proteger", avalia.
saiba mais
Espanha barra artista plástico baiano que
ia expor na Europa
Logo depois do interrogatório, Menelaw foi comunicado de que teria que voltar ao Brasil. "Mandaram que eu assinasse um documento dizendo que eu queria voltar para o Brasil, então eu disse que assinaria se sinalizassem que estavam me mandando embora. Retiraram o item questionado do documento e eu assinei", detalha.
Noite no alojamento
As cerca de 30 pessoas, de diversas nacionalidades, que compartilharam a angústia de serem barradas com Menelaw serviram de inspiração para o artista plástico que registrou os momentos em aproximadamente 40 desenhos. Nervosismo, choro e medo caracterizavam o ambiente, de acordo com o relato do baiano. "Fui desenhando conforme ia sentindo, incorporei um personagem para não sofrer aquele drama, para não ficar com sequelas. Acredito que seja discriminação, eu não vi branco, havia mulatos, negros... Em uma das ilustrações mostro um venezuelano chorando. Também registrei a arrogância, a humilhação da deportação...", revela o artista plástico, que pretende reunir os desenhos em uma exposição.
Escoltado por dois policiais, Menelaw embarcou de volta ao Brasil no sábado (19). Já na terra natal, o artista pede por um tratamento diferente aos brasileiros. "Essa luta não pode parar. Estou planejando um protesto na manhã de terça-feira em frente ao consulado espanhol. Quero explicações desse comportamento. Sou a favor do governo continuar fazendo o trabalho de fronteira, mas que seja de forma justa", conclui.
Menelaw Sete é reconhecido artisticamente como o "Picasso" brasileiro, em referência ao pintor espanhol. Na Suíça, ele iria homenagear conterrâneos famosos como Jorge Amado, Irmã Dulce e Mãe Menininha do Gantois em um painel intitulado "Bahia que eu nasci". Em 2006, o artista recebeu o título de doutor "Honoris Causa" pela Universidade Coorporativa das Américas.
Menelaw Sete foi barrado em aeroporto da Espanha (Foto: Menelaw Sete/ Arquivo Pessoal) |
"Cheguei por volta das 21h de ontem [sábado (19)] em Salvador, mas ainda tive aborrecimentos com o extravio de minhas malas, que seguiram para Milão. Registrei a queixa e a previsão de chegada é para terça-feira", conta Menelaw.
O artista plástico diz que desembarcou no aeroporto espanhol às 11h, no horário de Madri, em conexão para pegar o voo para Milão. No setor de imigração, Menelaw teve que responder a algumas perguntas, como o local para onde iria e o que faria. "Mostrei a carta convite e o panfleto da exposição. Há mais de 15 anos viajo para a Europa, sempre levo a carta convite, mostro as revistas, nunca tive problemas", declara.
Depois de responder aos questionamentos, Menelaw conta que foi informado de que teria que aguardar uma vistoria de seus pertences, que foram levados por funcionários da imigração. "Pedi e deixaram que eu ficasse com um caderno e uma caneta", lembra. O artista plástico passou por duas salas até ser encaminhado para um recinto com beliches e telefones, onde estavam cerca de 30 pessoas. "Senti que era tudo teatro, encenação, quem vai para aquele local é para voltar", opina.
Segundo Menelaw, todo o diálogo dos funcionários da imigração acontecia em espanhol, até que ele recebeu um documento em português anunciando que uma brasileira entraria com ele em outro espaço para conversar com uma advogada do aeroporto. "Eu sentia que buscavam uma justificativa para me manter ali. Perguntaram se eu tinha cartão de crédito, carta convite, o que ia fazer, onde ia ficar... Mostrei tudo, mas alegaram que eu tinha pouco dinheiro e que a carta não estava carimbada. Eu quis ligar para o empresário que me aguardava, mas disseram que não ia resolver e que ele não poderia entrar lá. Eles não dão chance a você de se proteger", avalia.
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ia expor na Europa
Logo depois do interrogatório, Menelaw foi comunicado de que teria que voltar ao Brasil. "Mandaram que eu assinasse um documento dizendo que eu queria voltar para o Brasil, então eu disse que assinaria se sinalizassem que estavam me mandando embora. Retiraram o item questionado do documento e eu assinei", detalha.
Noite no alojamento
As cerca de 30 pessoas, de diversas nacionalidades, que compartilharam a angústia de serem barradas com Menelaw serviram de inspiração para o artista plástico que registrou os momentos em aproximadamente 40 desenhos. Nervosismo, choro e medo caracterizavam o ambiente, de acordo com o relato do baiano. "Fui desenhando conforme ia sentindo, incorporei um personagem para não sofrer aquele drama, para não ficar com sequelas. Acredito que seja discriminação, eu não vi branco, havia mulatos, negros... Em uma das ilustrações mostro um venezuelano chorando. Também registrei a arrogância, a humilhação da deportação...", revela o artista plástico, que pretende reunir os desenhos em uma exposição.
Escoltado por dois policiais, Menelaw embarcou de volta ao Brasil no sábado (19). Já na terra natal, o artista pede por um tratamento diferente aos brasileiros. "Essa luta não pode parar. Estou planejando um protesto na manhã de terça-feira em frente ao consulado espanhol. Quero explicações desse comportamento. Sou a favor do governo continuar fazendo o trabalho de fronteira, mas que seja de forma justa", conclui.
Menelaw Sete é reconhecido artisticamente como o "Picasso" brasileiro, em referência ao pintor espanhol. Na Suíça, ele iria homenagear conterrâneos famosos como Jorge Amado, Irmã Dulce e Mãe Menininha do Gantois em um painel intitulado "Bahia que eu nasci". Em 2006, o artista recebeu o título de doutor "Honoris Causa" pela Universidade Coorporativa das Américas.
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