"Rei do Rock" apoiou levante antissoviético de 1956, pedindo doações aos rebeldes
Em 1956, Elvis convocou os fãs a apoiarem os movimentos pró-liberdade que ocorriam na Hungria
O “Rei do Rock”, Elvis Presley, recebeu o título de cidadão honorário de Budapeste, capital da Hungria, nesta quinta-feira (3). A homenagem acontece 34 anos após a morte do cantor, que em 1957 apoiou a revolução antissoviética, ocorrida em 1956.
Além do título honorário, a prefeitura de Budapeste decidiu dar o nome do ídolo a uma praça ou rua da capital, que será escolhida por votação via internet.
Durante um programa de rádio em janeiro de 1957, Elvis dedicou a canção Peace in the Valley à frustrada rebelião de 23 de outubro de 1956, esmagada pelo Exército soviético.
O "Rei do Rock" convocou mais de 30 milhões de ouvintes a enviarem doações aos húngaros, dando apoio aos jovens que pediam liberdade, independência e a retirada das tropas da União Soviética, que esmagaram a revolta no país do leste europeu.
O prefeito de Budapeste, István Tarlós, disse que, graças a este apelo, os americanos fizeram doações que chegaram anos depois à Hungria, em forma de caixas redondas com uma cruz vermelha, que continham chocolate, farinha e outros alimentos básicos.
Elvis foi o primeiro grande ídolo do rock
Elvis se tornou o ídolo de toda uma geração, entre as décadas de 1950 e 1970, ficando conhecido como o "Rei do Rock".
Autor de sucessos como Love me tender e Jailhouse Break, ele se tornou um dos maiores ícones da cultura pop no mundo inteiro. Elvis morreu em 1977, por complicações com o uso abusivo de remédios.
Mesmo morto, o primeiro grande ídolo do rock continuou inspirando a música e fãs em toda a parte. Daí a famosa frase "Elvis não morreu".
A casa do roqueiro morreu, em Memphis, no Estado do Tennessee, se tornou um museu, visitado por milhares de turistas anualmente.
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sexta-feira, 4 de março de 2011
Igreja trata homossexualidade como "vício" em escolas e cria polêmica na Espanha
Associações e pais reclamam de textos considerados preconceituosos
Uma proposta da Igreja Católica de ensinar moral sexual a crianças tratando a homossexualidade como "vício" está causando polêmica na Espanha.
O Arcebispado de Valência elaborou um curso extracurricular - como opção aos cursos oficiais de educação sexual aprovados pelo governo - que será disponibilizado a todas as escolas interessadas.
Esse curso, dirigido a crianças de 5 a 14 anos, apresenta como "vícios" temas como erotismo, pornografia, homossexualidade, masturbação, voyeurismo e obsessão por sexo.
O programa aborda a sexualidade "a partir de uma visão integradora com aspectos biológicos, fisiológicos, psicológicos, sanitários, antropológicos, morais e sociais", disse o porta-voz do arcebispado valenciano.
O chamado Programa de Educação Afetivo-Sexual será dividido em três módulos, de acordo com a faixa etária.
As crianças menores de cinco a sete anos de idade, terão aulas sobre precaução contra abusos, heterossexualidade e pudor.
Crianças de oito a 11 anos aprenderão sobre vícios, erotismo e pornografia.
Os maiores, de 12 a 14 anos, vão ter lições sobre a homossexualidade, as famílias convencionais e a castidade até o casamento.
Programa será tratado como "material de referência"
O programa foi apresentado aos colégios diocesanos, dependentes do arcebispado, e instituições religiosas de ensino. Para todos os centros escolares, o programa será oferecido como uma "proposta educativa": não obrigatória porém como "material de referência".
O presidente da Comissão Diocesana de Ensino, Rafael Cerda, disse que muitos centros católicos expressaram interesse em implantar o programa.
O programa também foi oferecido a 300 mil alunos aos bispados das províncias de Valência, Alicante, Mallorca, Menorca e Ibiza.
Organizações de gays criticaram a proposta, acusaram a Igreja de retrógrada e discriminatória e prometeram contestar o plano na Justiça.
José de Lamo, coordenador-geral da associação Labmda, que representa gays, lésbicas, transexuais e bissexuais espanhóis, foi um dos que criticou a proposta.
- [São] Lições absolutamente fora da realidade que, além do mais, violam a Constituição, pois nos consideram pessoas disfuncionais, portanto serão levadas aos tribunais. Não permitiremos que as crenças religiosas discriminatórias sejam colocadas acima dos direitos fundamentais e do respeito. Imagine que há muitas crianças que tem pais homossexuais e querem ensinar nas escolas que estas famílias são patológicas.
Pais também criticam a iniciativa
A queixa da associação Lambda se baseia principalmente no módulo dois do programa católico, que afirma que "a relação entre homossexuais é errônea e estes não devem ser considerados esposos, nem pais".
A Constituição espanhola permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por casais gays.
Um dos criadores do método, no entanto, acha que a igreja apenas defende sua doutrina e tem o direito atender às demandas dos fieis por uma linha de educação para seus filhos coerente com sua crença.
Juan Andrés Taléns, diretor da cátedra de Ciências do Matrimônio e Família do Pontifício Instituto João Paulo 2º, um dos 20 especialistas convocados pelo arcebispado para elaborar o programa, defende a iniciativa.
- Tratamos a educação sexual de acordo com nossas convicções, isso é também um direito reconhecido pela Constituição espanhola. Está claro que a política educativa nacional está fracassada. O grande número de abortos, gestações indesejadas e doenças de transmissão sexual são derivados de uma sexualidade inadequada.
Nos próximos meses, o programa será estendido a todas as escolas católicas do país como matéria facultativa.
A presidente da Fapa (Federação de Associações de Pais e Mães de Alunos), Maria José Navarro, disse que para elaborar "os conteúdos retrógrados deste programa chamado educativo ninguém contou com a opinião dos pais".
- O problema é que mesmo em colégios católicos, estamos em um país laico, onde a igreja não é a encarregada de formar sexualmente os alunos. Esta forma de impor critérios é própria de uma igreja castradora, que nem sequer se questiona se a maioria dos pais quer uma educação de qualidade e respeitosa com todo mundo.
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