O cantor que assumiu sua homossexualidade no ano passado estará fazendo shows em sua terra natal nesse final de semana
Durante uma conferência de imprensa, no Senado de Porto Rico, nesta quinta-feira, dia 24, a pastora Wanda Rolón, da Primeira Igreja Cristã La Senda Antigua respondeu às ofensivas feitas por seus comentários no facebook sobre o cantor Ricky Martin.
A pastora da megaigreja escreveu na rede social que o cantor que estará se apresentando em seu país natal nos dias 25, 26, 27 e 28 de março os levará (Porto Rico) ao “inferno.”
Em seu conceito o show do astro pop é “Abominável, com sadomasoquismo e nudez.”
“Eu quero dizer a Ricky Martin que não há necessidade de ir chegar a estes extremos de confundir nossas crianças e jovens. é uma irresponsabilidade sua,” disse a religiosa em seu discurso no Senado, se referindo a opção sexual que Ricky Martin assumiu no ano passado levantando a bandeira de que o homossexualismo é um aspecto natural do ser humano.
“Que o Senhor nos ajude este fim de semana. Deus tenha misericórdia de Porto Rico,” clamou Rólon que recebeu na ocasião, por parte do Senado, o reconhecimento como mulher distinguida do país.
Durante a conferência, não foi permitida a entrada de líderes ativistas gays que quiseram se pronunciar contra ela. Entretanto, alguns conseguiram se infiltrar destacando um jovem do Comitê contra a Homofobia e a Discriminação, ángel Luis Crespo, que criticou Rolón por impor crenças religiosas à Sociedade.
“Suas expressões perpetuam a opressão e discriminação na sociedade que estamos buscando para combater a desigualdade,” disse o jovem.
A mensagem que gerou essa polêmica foi escrita na terça-feira e dizia: “Este fim de semana Porto Rico recebe um homem que Deus resgatou do inferno à sua luz admirável Nicky Cruz (evangelista fundador da Nicky Cruz Outreach http://nickycruz.org/ ), enquanto que há outro que pretende levá-los ao inferno! RM [Ricky Martin], então se proclamou seu embaixador [embaixador do inferno]. Desperta Porto Rico, todos clamemos ao Senhor! Esta é a ilha do Cordeiro… Alerta de Deus,” publicou Rolón em seu facebook.
Rolón eliminou a mensagem de seu “status” logo depois e publicou outra no lugar: “Jamais promovi o ódio, senão o amor de Cristo. Porque Ele não faz acepção de pessoas no momento de perdoá-los. São estes grupos que tem se dado nomes diferentes. Deus somente os chamou homem e mulher pois assim os criou”, se defendeu.
O cantor não se pronunciou sobre o assunto, mas sua porta-voz no país, Helga García, disse em uma rádio que ficou ofendida de ouvir isso de uma pastora. “Me inquietou e me decepcionou grandemente como uma pastora, ou chamada pastora, uma mulher que move grande (quantidade) de pessoas ao seu redor, que tem o dom da palavra, não a utiliza para unir senão para desunir”.
Fonte: Christian Post
sábado, 26 de março de 2011
Fortuna dos parlamentares mais ricos do Brasil chega a quintuplicar em quatro anos
Lista mostra a valorização patrimonial e os bens dos dez mais ricos do Congresso
Tem parlamentar dono de uma casa de R$ 4,1 milhões, outro com uma fazenda de R$ 10 milhões
Que o salário de deputados e senadores é bem mais gordo que as cifras no contra cheque da maioria dos brasileiros todo mundo sabe. O que pouca gente imagina é que, para os dez mais ricos do Congresso, os R$ 26 mil de salário não fazem a menor diferença no final do mês.
Na tabela abaixo, você confere o ranking dos dez parlamentares mais endinheirados do Brasil - segundo levantamento do site Congresso em Foco - e a valorização patrimonial desses políticos entre as eleições de 2006 e 2010, apurada pelo R7.
Tem o caso do senador mato-grossense Blairo Maggi, do PR, que viu sua fortuna pular de R$ 33,4 milhões para R$ 152,4 milhões em quatro anos; o do deputado federal mineiro Newton Cardoso (PMDB), que ficou cinco vezes mais rico entre 2006 e 2010 e o do deputado goiano Sandro Mabel (PR), que tem participação em 16 empresas. Há outros sete exemplos, nenhum deles contestado pelas assessorias dos políticos, todas consultadas pela reportagem.
Veja o ranking dos dez parlamentares mais ricos do Congresso em 2010:
João Lyra (PTB-AL)
2006: R$ 235,6 milhões
2010: R$ 240,3 milhões
Crescimento de 2% O deputado é dono de uma empresa de taxi aéreo, sua participação na Lug Taxi é de R$ 15 milhões. Ele também tem dez fazendas que, juntas, valem R$ 4 milhões.
Blairo Maggi (PR-MT)
2006: R$ 33,4 milhões
2010: R$ 152,4 milhões
Crescimento de 356%
Entre os bens do senador, o destaque é uma casa de 600 m² que vale R$ 4,3 milhões.
Alfredo Kaefer (PSDB-PR)
2006: R$ 72 milhões
2010: R$ 95,7 milhões
Crescimento de 33%
A maior parte do patrimônio do deputado está investida em empresas. Ele tem participação em 11. A principal delas, com R$ 42,5 milhões, é o Grupo Diplomata S/A, uma das cem maiores companhias do agronegócio nacional, segundo ranking de 2008 da revista Exame.
Newton Cardoso (PMDB-MG)
2006: R$ 12,7 milhões
2010: R$ 77,9 milhões
Crescimento de 513%
O deputado tem nove carros populares, dois Ford Ka e 7 Gols. Mas a menina dos olhos é o Lincoln Navigator, avaliado em R$ 197 mil.
Sandro Mabel (PR-GO)
2006: R$ 69,8 milhões
2010: R$ 70,9 milhões
Crescimento de 1,6%
O deputado tem participação em 16 empresas. Na principal delas, a Sanser Administração e Participações, sua parte corresponde a R$ 28 milhões.
Paulo Maluf (PP-SP)
2006: R$ 38,9 milhões
2010: R$ 39,4 milhões
Crescimento de 1,3%
Apesar do crescimento em seu patrimônio de 2006 para 2010, a fortuna do deputado Paulo Maluf vem caindo ao longo do tempo. Em 2000, quando ele se candidatou a prefeito de São Paulo, seus recursos somavam R$ 74,9 milhões. Naquela época, sua casa na rua Costa Rica, em um bairro nobre da capital paulista, foi declarada por R$ 4,7 milhões. Nas eleições do ano passado, ela foi declarada por R$ 1,3 milhão.
Eunício Oliveira (PMDB-CE)
2006: R$ 25,6 milhões
2010: R$ 36,7 milhões
Crescimento de 43%
O senador é dono de um Mercedes avaliado em R$ 160 mil. Mas a maior parte de sua fortuna está distribuída entre seus 80 imóveis rurais - como fazendas e sítios, avaliados em R$ 8,2 milhões – e participação em empresas. Na principal delas, que trabalha com vigilância e transporte de valores, ele é dono de R$ 7,7 milhões.
Reinaldo Azambuja (PSDB-MS)
2006: R$ 20,2 milhões
2010: R$ 31,9 milhões
Crescimento de 58%
Uma das fazendas do deputado tem nada menos do que 1.041 hectares, ou 10,4 milhões de metros quadrados, e é avaliada em R$ 10,4 milhões.
Ivo Cassol
(PP-RO)
2006: R$ 15,4 milhões
2010: R$ 29,8 milhões
Crescimento de 93%
Carros, o senador declarou três. O mais caro é um Hilux SW4, que custa R$ 155 mil. Do ramo elétrico, ele é dono de um capital de R$ 20 milhões da Hidrossol Hidroelétricas Cassol.
Eduardo Braga
(PMDB-AM)
2006: R$ 4,1 milhões
2010: R$ 16,4 milhões
Crescimento de 300%
Apesar de investir em terrenos e ser dono de um Mercedes avaliado em R$ 295 mil, o senador Eduardo Braga é o tipo de milionário investidor. Só em um de seus sete fundos de investimentos, ele acumula R$ 5,3 milhões.
Tem parlamentar dono de uma casa de R$ 4,1 milhões, outro com uma fazenda de R$ 10 milhões
Que o salário de deputados e senadores é bem mais gordo que as cifras no contra cheque da maioria dos brasileiros todo mundo sabe. O que pouca gente imagina é que, para os dez mais ricos do Congresso, os R$ 26 mil de salário não fazem a menor diferença no final do mês.
Na tabela abaixo, você confere o ranking dos dez parlamentares mais endinheirados do Brasil - segundo levantamento do site Congresso em Foco - e a valorização patrimonial desses políticos entre as eleições de 2006 e 2010, apurada pelo R7.
Tem o caso do senador mato-grossense Blairo Maggi, do PR, que viu sua fortuna pular de R$ 33,4 milhões para R$ 152,4 milhões em quatro anos; o do deputado federal mineiro Newton Cardoso (PMDB), que ficou cinco vezes mais rico entre 2006 e 2010 e o do deputado goiano Sandro Mabel (PR), que tem participação em 16 empresas. Há outros sete exemplos, nenhum deles contestado pelas assessorias dos políticos, todas consultadas pela reportagem.
Veja o ranking dos dez parlamentares mais ricos do Congresso em 2010:
João Lyra (PTB-AL)
2006: R$ 235,6 milhões
2010: R$ 240,3 milhões
Crescimento de 2% O deputado é dono de uma empresa de taxi aéreo, sua participação na Lug Taxi é de R$ 15 milhões. Ele também tem dez fazendas que, juntas, valem R$ 4 milhões.
Blairo Maggi (PR-MT)
2006: R$ 33,4 milhões
2010: R$ 152,4 milhões
Crescimento de 356%
Entre os bens do senador, o destaque é uma casa de 600 m² que vale R$ 4,3 milhões.
Alfredo Kaefer (PSDB-PR)
2006: R$ 72 milhões
2010: R$ 95,7 milhões
Crescimento de 33%
A maior parte do patrimônio do deputado está investida em empresas. Ele tem participação em 11. A principal delas, com R$ 42,5 milhões, é o Grupo Diplomata S/A, uma das cem maiores companhias do agronegócio nacional, segundo ranking de 2008 da revista Exame.
Newton Cardoso (PMDB-MG)
2006: R$ 12,7 milhões
2010: R$ 77,9 milhões
Crescimento de 513%
O deputado tem nove carros populares, dois Ford Ka e 7 Gols. Mas a menina dos olhos é o Lincoln Navigator, avaliado em R$ 197 mil.
Sandro Mabel (PR-GO)
2006: R$ 69,8 milhões
2010: R$ 70,9 milhões
Crescimento de 1,6%
O deputado tem participação em 16 empresas. Na principal delas, a Sanser Administração e Participações, sua parte corresponde a R$ 28 milhões.
Paulo Maluf (PP-SP)
2006: R$ 38,9 milhões
2010: R$ 39,4 milhões
Crescimento de 1,3%
Apesar do crescimento em seu patrimônio de 2006 para 2010, a fortuna do deputado Paulo Maluf vem caindo ao longo do tempo. Em 2000, quando ele se candidatou a prefeito de São Paulo, seus recursos somavam R$ 74,9 milhões. Naquela época, sua casa na rua Costa Rica, em um bairro nobre da capital paulista, foi declarada por R$ 4,7 milhões. Nas eleições do ano passado, ela foi declarada por R$ 1,3 milhão.
Eunício Oliveira (PMDB-CE)
2006: R$ 25,6 milhões
2010: R$ 36,7 milhões
Crescimento de 43%
O senador é dono de um Mercedes avaliado em R$ 160 mil. Mas a maior parte de sua fortuna está distribuída entre seus 80 imóveis rurais - como fazendas e sítios, avaliados em R$ 8,2 milhões – e participação em empresas. Na principal delas, que trabalha com vigilância e transporte de valores, ele é dono de R$ 7,7 milhões.
Reinaldo Azambuja (PSDB-MS)
2006: R$ 20,2 milhões
2010: R$ 31,9 milhões
Crescimento de 58%
Uma das fazendas do deputado tem nada menos do que 1.041 hectares, ou 10,4 milhões de metros quadrados, e é avaliada em R$ 10,4 milhões.
Ivo Cassol
(PP-RO)
2006: R$ 15,4 milhões
2010: R$ 29,8 milhões
Crescimento de 93%
Carros, o senador declarou três. O mais caro é um Hilux SW4, que custa R$ 155 mil. Do ramo elétrico, ele é dono de um capital de R$ 20 milhões da Hidrossol Hidroelétricas Cassol.
Eduardo Braga
(PMDB-AM)
2006: R$ 4,1 milhões
2010: R$ 16,4 milhões
Crescimento de 300%
Apesar de investir em terrenos e ser dono de um Mercedes avaliado em R$ 295 mil, o senador Eduardo Braga é o tipo de milionário investidor. Só em um de seus sete fundos de investimentos, ele acumula R$ 5,3 milhões.
Transexual fará 1ª cirurgia de retirada de órgãos femininos pelo SUS em SP
Alexandre dos Santos fará a operação em abril no Hospital Pérola Byington.
Médica defende importância do procedimento para transexuais masculinos.
Alexandre dos Santos, que fará cirurgia em abril
em hospital de São Paulo (Foto: Daigo Oliva/G1)
O agente de saúde Alexandre Peixe dos Santos, de 38 anos, será submetido em abril à primeira cirurgia realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo de retirada dos órgãos reprodutores femininos de um transexual. É o primeiro passo para ele conquistar o corpo que sempre desejou. A operação para retirar útero, trompas e ovários está marcada para ocorrer no início do mês no Hospital Pérola Byington.
Apesar de ter nascido Alexandra, ele diz que se sente um homem em um corpo de mulher desde pequeno – e faz questão de ser chamado pelo gênero masculino. “Eu sempre quis e curti coisas de menino. Sempre me identifiquei assim, desde criança”, conta. Após a cirurgia, Alexandre poderá iniciar o tratamento com hormônios. Mas ainda faltará uma etapa, que é a cirurgia para retirada das mamas, a ser realizada em outro hospital, sem data definida.
A ginecologista e sexóloga Tânia das Graças Mauadie Santana, coordenadora do Centro de Referência e Especialização em Sexologia do Hospital Pérola Byington (Cresex), fala da importância do procedimento para os transexuais masculinos. “É importantíssimo, porque a questão dos transexuais é a mudança da identidade. Eles querem o máximo possível parecer o sexo desejado. Ele se sente homem e tem que ficar o mais próximo possível disso. É preciso adequar a mente ao seu corpo”, defende.
A cirurgia é resultado de uma parceria do Pérola Byington com o ambulatório dedicado exclusivamente à saúde de travestis e transexuais, inaugurado em junho de 2009 pela Secretaria de Estado da Saúde na Zona Sul da capital paulista. O hospital fará duas cirurgias de retirada de útero, ovários e trompas de transexuais masculinos todos os meses. “É um avanço para a sociedade e para a classe médica”, opina a médica.
O fato de o hospital ser considerado um centro de referência para as mulheres gerou uma preocupação a Alexandre, porque alguns quartos são coletivos. Para tranquilizá-lo, Tânia garantiu que ele ficará em um apartamento separado de outras pacientes. No caso do agente de saúde, a cirurgia também possui outra indicação médica, porque ele tem um mioma.
Infância
Alexandre conta que, desde muito pequeno, quis ter brinquedos e vestir roupas de meninos. As bonecas que ganhava em aniversários e Natais eram repassadas à irmã, um ano mais nova. E queria ter os presentes do irmão. “Lembro que, no aniversário de um ano do meu irmão, o bolo dele era um campo de futebol, cheio de bonequinhos. E ele com uma fantasia de Super-Homem. Era aquilo que eu queria para o meu aniversário e não tinha”, recorda.
A solução era brincar escondido com carrinhos e trenzinhos do irmão. “Teve um Natal que meu irmão ganhou um Ferrorama e eu uma boneca. A boneca foi para minha irmã e, quando todo mundo ia dormir, eu brincava com os brinquedos dele. Há 35 anos não era uma questão normal para a minha mãe eu querer os brinquedos do meu irmão. Então, precisava ser tudo escondido.”
Alexandre fala sobre cirurgia (Foto: Daigo Oliva/G1)
Para manter o cabelo curto, ele utilizava outro "truque". “Eu procurava na escola quem tinha piolho. Minha mãe sempre brigava”, lembra. Com os cabelos do tamanho que desejava, outra barreira eram as roupas femininas. “Era uma coisa muito ruim. Como minha irmã tinha só ano de diferença, a gente andava com as roupas iguais, só mudava a cor”, lembra.
O período mais difícil, no entanto, foi a adolescência. “Na mudança do corpo, as coisas ficam mais complicadas. Os meninos começam a ter outros gostos, a arrumar namorada, e você fica isolado. E, quando você conhece alguém que gosta, é do mesmo sexo, biologicamente falando. Por isso, durante um tempo eu me identificava como lésbica, que era o mais próximo que eu conhecia”, afirmou. Muitos anos mais tarde, no entanto, durante uma reunião na Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, se descobriu um transexual masculino. “Eu nunca me identifiquei como mulher. Então, foi um alívio.”
Gravidez
Há 19 anos, Alexandre viveu a experiência de gerar um bebê. Ele vivia com uma companheira que tinha câncer e não podia ser mãe. Porém, queria muito ter um filho. A gravidez aconteceu após um acordo com um amigo homossexual. “Em nenhum momento fui uma grávida. Fui um grávido, um pai. Eu não tinha essa questão materna, era um corpo mudando”, afirma.
Mesmo se sentindo um homem, ele se rende à emoção de ter dado à luz uma criança. “É um momento indescritível, acho que não tem emoção que dá para comparar. Eu sou um homem que teve a sorte de ver o quanto é lindo aquilo”, lembra. A mulher morreu três anos após o nascimento de Bruna. A filha chama Alexandre até hoje de “pãe”.
O agente de saúde conta que a filha já sofreu muitos preconceitos por causa da transexualidade dele. “Eu converso com ela sobre essa questão desde os 4, 5 anos. Sempre expliquei. Mas eu acho que ela sofreu muito preconceito, até perdeu namorado e amigos”, diz.
Preconceito e violência
Alexandre relata que os transexuais são vítimas constantes de preconceito. “Xingamento é todo dia. A gente não acostuma. É que, se a gente for olhar tudo, não vive. É piadinha no ônibus, a gente entra em uma loja e o vendedor nem te olha. São olhares, palavras”, afirma.
Alguns casos, porém, são muito mais graves. Ainda jovem, ele sofreu uma violência sexual. “Teve uma ocorrência grave, uma violência sexual que sofri no banheiro masculino, porque passei a frequentar o banheiro masculino. Eram colegas que eu jogava bola. Isso ficou durante muito tempo guardado, eu vim contar com 30 anos para alguém.”
Em 1988, ao sair de uma festa, apanhou de 20 homens. “Um cara disse que, se eu queria ser homem, tinha que apanhar como homem. Eles me deram uma surra. Apanhei de ser arrastado de um lado para outro, chute, pontapé, soco”, contou. Segundo Alexandre, a polícia apareceu, ele entrou no carro e, ao contar o que aconteceu, um policial comentou: “também, olha do jeito que você anda”. “E não me levaram para a delegacia, me largaram na porta de casa.”
Características masculinas
O agente de saúde aguarda a cirurgia de retirada dos órgãos reprodutores femininos para começar a hormonioterapia. Ele sabe da importância de se ter um acompanhamento para a utilização de hormônios. “Em 2006, eu tomava hormônio sem acompanhamento e tive dois AVCs [acidentes vasculares cerebrais]”, contou.
Ele espera com ansiedade, no entanto, a cirurgia da retirada das mamas. Segundo Alexandre, são elas que ainda fazem as pessoas o identificarem como uma mulher. “Para mim, a mastectomia é que vai ser a libertadora. Eu não vejo a hora de chegar na praia, tirar a camiseta e ir para o mar.”
Médica defende importância do procedimento para transexuais masculinos.
Alexandre dos Santos, que fará cirurgia em abril
em hospital de São Paulo (Foto: Daigo Oliva/G1)
O agente de saúde Alexandre Peixe dos Santos, de 38 anos, será submetido em abril à primeira cirurgia realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo de retirada dos órgãos reprodutores femininos de um transexual. É o primeiro passo para ele conquistar o corpo que sempre desejou. A operação para retirar útero, trompas e ovários está marcada para ocorrer no início do mês no Hospital Pérola Byington.
Apesar de ter nascido Alexandra, ele diz que se sente um homem em um corpo de mulher desde pequeno – e faz questão de ser chamado pelo gênero masculino. “Eu sempre quis e curti coisas de menino. Sempre me identifiquei assim, desde criança”, conta. Após a cirurgia, Alexandre poderá iniciar o tratamento com hormônios. Mas ainda faltará uma etapa, que é a cirurgia para retirada das mamas, a ser realizada em outro hospital, sem data definida.
A ginecologista e sexóloga Tânia das Graças Mauadie Santana, coordenadora do Centro de Referência e Especialização em Sexologia do Hospital Pérola Byington (Cresex), fala da importância do procedimento para os transexuais masculinos. “É importantíssimo, porque a questão dos transexuais é a mudança da identidade. Eles querem o máximo possível parecer o sexo desejado. Ele se sente homem e tem que ficar o mais próximo possível disso. É preciso adequar a mente ao seu corpo”, defende.
A cirurgia é resultado de uma parceria do Pérola Byington com o ambulatório dedicado exclusivamente à saúde de travestis e transexuais, inaugurado em junho de 2009 pela Secretaria de Estado da Saúde na Zona Sul da capital paulista. O hospital fará duas cirurgias de retirada de útero, ovários e trompas de transexuais masculinos todos os meses. “É um avanço para a sociedade e para a classe médica”, opina a médica.
O fato de o hospital ser considerado um centro de referência para as mulheres gerou uma preocupação a Alexandre, porque alguns quartos são coletivos. Para tranquilizá-lo, Tânia garantiu que ele ficará em um apartamento separado de outras pacientes. No caso do agente de saúde, a cirurgia também possui outra indicação médica, porque ele tem um mioma.
Infância
Alexandre conta que, desde muito pequeno, quis ter brinquedos e vestir roupas de meninos. As bonecas que ganhava em aniversários e Natais eram repassadas à irmã, um ano mais nova. E queria ter os presentes do irmão. “Lembro que, no aniversário de um ano do meu irmão, o bolo dele era um campo de futebol, cheio de bonequinhos. E ele com uma fantasia de Super-Homem. Era aquilo que eu queria para o meu aniversário e não tinha”, recorda.
A solução era brincar escondido com carrinhos e trenzinhos do irmão. “Teve um Natal que meu irmão ganhou um Ferrorama e eu uma boneca. A boneca foi para minha irmã e, quando todo mundo ia dormir, eu brincava com os brinquedos dele. Há 35 anos não era uma questão normal para a minha mãe eu querer os brinquedos do meu irmão. Então, precisava ser tudo escondido.”
Alexandre fala sobre cirurgia (Foto: Daigo Oliva/G1)
Para manter o cabelo curto, ele utilizava outro "truque". “Eu procurava na escola quem tinha piolho. Minha mãe sempre brigava”, lembra. Com os cabelos do tamanho que desejava, outra barreira eram as roupas femininas. “Era uma coisa muito ruim. Como minha irmã tinha só ano de diferença, a gente andava com as roupas iguais, só mudava a cor”, lembra.
O período mais difícil, no entanto, foi a adolescência. “Na mudança do corpo, as coisas ficam mais complicadas. Os meninos começam a ter outros gostos, a arrumar namorada, e você fica isolado. E, quando você conhece alguém que gosta, é do mesmo sexo, biologicamente falando. Por isso, durante um tempo eu me identificava como lésbica, que era o mais próximo que eu conhecia”, afirmou. Muitos anos mais tarde, no entanto, durante uma reunião na Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, se descobriu um transexual masculino. “Eu nunca me identifiquei como mulher. Então, foi um alívio.”
Gravidez
Há 19 anos, Alexandre viveu a experiência de gerar um bebê. Ele vivia com uma companheira que tinha câncer e não podia ser mãe. Porém, queria muito ter um filho. A gravidez aconteceu após um acordo com um amigo homossexual. “Em nenhum momento fui uma grávida. Fui um grávido, um pai. Eu não tinha essa questão materna, era um corpo mudando”, afirma.
Mesmo se sentindo um homem, ele se rende à emoção de ter dado à luz uma criança. “É um momento indescritível, acho que não tem emoção que dá para comparar. Eu sou um homem que teve a sorte de ver o quanto é lindo aquilo”, lembra. A mulher morreu três anos após o nascimento de Bruna. A filha chama Alexandre até hoje de “pãe”.
O agente de saúde conta que a filha já sofreu muitos preconceitos por causa da transexualidade dele. “Eu converso com ela sobre essa questão desde os 4, 5 anos. Sempre expliquei. Mas eu acho que ela sofreu muito preconceito, até perdeu namorado e amigos”, diz.
Preconceito e violência
Alexandre relata que os transexuais são vítimas constantes de preconceito. “Xingamento é todo dia. A gente não acostuma. É que, se a gente for olhar tudo, não vive. É piadinha no ônibus, a gente entra em uma loja e o vendedor nem te olha. São olhares, palavras”, afirma.
Alguns casos, porém, são muito mais graves. Ainda jovem, ele sofreu uma violência sexual. “Teve uma ocorrência grave, uma violência sexual que sofri no banheiro masculino, porque passei a frequentar o banheiro masculino. Eram colegas que eu jogava bola. Isso ficou durante muito tempo guardado, eu vim contar com 30 anos para alguém.”
Em 1988, ao sair de uma festa, apanhou de 20 homens. “Um cara disse que, se eu queria ser homem, tinha que apanhar como homem. Eles me deram uma surra. Apanhei de ser arrastado de um lado para outro, chute, pontapé, soco”, contou. Segundo Alexandre, a polícia apareceu, ele entrou no carro e, ao contar o que aconteceu, um policial comentou: “também, olha do jeito que você anda”. “E não me levaram para a delegacia, me largaram na porta de casa.”
Características masculinas
O agente de saúde aguarda a cirurgia de retirada dos órgãos reprodutores femininos para começar a hormonioterapia. Ele sabe da importância de se ter um acompanhamento para a utilização de hormônios. “Em 2006, eu tomava hormônio sem acompanhamento e tive dois AVCs [acidentes vasculares cerebrais]”, contou.
Ele espera com ansiedade, no entanto, a cirurgia da retirada das mamas. Segundo Alexandre, são elas que ainda fazem as pessoas o identificarem como uma mulher. “Para mim, a mastectomia é que vai ser a libertadora. Eu não vejo a hora de chegar na praia, tirar a camiseta e ir para o mar.”
Atriz Cibele Dorsa morre após cair do 7º andar, diz Polícia Civil
Polícia Civil não descarta a hipótese de suicídio.
Em janeiro, noivo da atriz morreu após cair do mesmo apartamento.
A atriz e escritora Cibele Dorsa, de 36 anos, morreu na madrugada deste sábado (26), ao cair da janela do sétimo andar do apartamento onde morava, na região do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, informou a Polícia Civil.
O caso ocorreu por volta de 1h45, no bairro Real Parque. Pouco antes, a atriz postou mensagem no twitter lamentando a morte do noivo, ocorrida no início deste ano. O texto foi publicado com erros de digitação: “LMENTO, EU NÃO CONSEGUI SUPORTAE A MORTENOS MEUS BRAÇOS MAS, LUREI...ATE ONDE EU PUDE”.
Uma equipe da Polícia Civil foi até o local onde a atriz morreu para colher evidências e informações. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o caso foi registrado no 34º Distrito Policial, na Vila Sônia, como suicídio consumado.
Em 30 de janeiro deste ano, o noivo de Cibele, o apresentador de TV Gilberto Scarpa, de 27 anos, sobrinho do empresário Chiquinho Scarpa, morreu do mesmo modo, caindo da mesma janela.
Ele apresentava o programa de variedades “Brasil bites” no canal da TV paga E! Entertainment Television desde agosto de 2010.
Segundo informações das assessorias de imprensa do canal e do apresentador, Scarpa cometeu suicídio.
Na ocasião, a atriz postou a seguinte mensagem em seu perfil no Facebook, sobre a morte do noivo: “Meu noivo se suicidou essa noite, com ele morto eu me sinto morta. Prefiro ir com ele, minha força não faz mais sentido. Quero ir encontrá-lo”.
Em janeiro, noivo da atriz morreu após cair do mesmo apartamento.
A atriz e escritora Cibele Dorsa, de 36 anos, morreu na madrugada deste sábado (26), ao cair da janela do sétimo andar do apartamento onde morava, na região do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, informou a Polícia Civil.
O caso ocorreu por volta de 1h45, no bairro Real Parque. Pouco antes, a atriz postou mensagem no twitter lamentando a morte do noivo, ocorrida no início deste ano. O texto foi publicado com erros de digitação: “LMENTO, EU NÃO CONSEGUI SUPORTAE A MORTENOS MEUS BRAÇOS MAS, LUREI...ATE ONDE EU PUDE”.
Uma equipe da Polícia Civil foi até o local onde a atriz morreu para colher evidências e informações. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o caso foi registrado no 34º Distrito Policial, na Vila Sônia, como suicídio consumado.
Em 30 de janeiro deste ano, o noivo de Cibele, o apresentador de TV Gilberto Scarpa, de 27 anos, sobrinho do empresário Chiquinho Scarpa, morreu do mesmo modo, caindo da mesma janela.
Ele apresentava o programa de variedades “Brasil bites” no canal da TV paga E! Entertainment Television desde agosto de 2010.
Segundo informações das assessorias de imprensa do canal e do apresentador, Scarpa cometeu suicídio.
Na ocasião, a atriz postou a seguinte mensagem em seu perfil no Facebook, sobre a morte do noivo: “Meu noivo se suicidou essa noite, com ele morto eu me sinto morta. Prefiro ir com ele, minha força não faz mais sentido. Quero ir encontrá-lo”.
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