segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Burocracia cria fila de espera para casamento gay na Argentina

Brasileiros, bolivianos, chilenos e outros estrangeiros querem oficializar uniões



As associações de gays e lésbicas argentinas apelaram ao governo para garantir a realização de uniões homossexuais entre estrangeiros, limitadas até agora pelos impedimentos burocráticos, apesar da união matrimonial ser legalizada no país.

O "boom" de visitantes provenientes do exterior que tanto desejam os donos de hotéis e os comerciantes, após a aprovação da lei da união homossexual, está em suspenso até agora por causa dos problemas de "interpretação" da norma, explicou Esteban Paulón, presidente da Federação de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais argentina (LGBT).

Até agora, só 30 casais gays procedentes de outros países concretizaram o sonho de trocarem alianças, detalha a organização, que junto de milhares de outras pessoas participaram neste fim de semana da tradicional passeata do orgulho gay em pleno centro de Buenos Aires com um colorido desfile das diversas tribos.

A Constituição e o Código Civil argentino garantem o direito à união entre pessoas estrangeiras que tenham "residência transitória" no país (mínimo de 90 dias), mas esta interpretação depende dos registros civis provinciais, precisou Paulón.

De fato, nenhum dos 30 casais homossexuais estrangeiros que conseguiram oficializar sua união fizeram o ato em Buenos Aires.

Estes enlaces concretizaram-se unicamente nas cidades de Mendoza (oeste), onde ocorreram 20 uniões, e em Córdoba (centro), outras dez.

Diante desse cenário, a entidade solicitou a mediação do Ministério do Interior para que unifique os critérios de interpretação nos registros civis das 24 Províncias argentinas.

A organização recebeu desde julho, quando o Senado argentino sancionou a lei da união igualitária, uma centena de consultas de casais estrangeiros interessados em viajar à Argentina para formalizar a união. Conforme a federação, 500 cerimônias já foram celebradas.

Paulón admitiu que o entusiasmo dos casais - em maioria bolivianos, brasileiros, chilenos, colombianos e peruanos - diminui quando sabem que não é possível garantir a realização do enlace. As adversidades não impediram, no entanto, que 20 casais chilenos conseguissem se casar em Mendoza.

De fato, os chilenos Giorgio Nocentino, estilista de 44 anos, e Jaime Zapata, comerciante de 52, foram os primeiros estrangeiros a se casar na Argentina.

Nocentino, que vive há 15 anos no país, considerou que a lei de casamento igualitário representa uma "esperança" para todos os países vizinhos e um "caminho irreversível a ser seguido".

O estilista se mostrou confiante em que o Chile siga em breve o mesmo exemplo da Argentina, porque, na sua opinião, trata-se de uma "questão de liberdade universal". Segundo a federação, a maioria de chilenos casados reside de forma permanente na Argentina, exceto três casais que se mudaram ao país vizinho com o único propósito de unirem-se.

Todos, no entanto, são conscientes de que os enlaces têm valor simbólico, já que somente são reconhecidos nos países em que as legislações o respaldam, como Espanha e Holanda.

O furor pela nova lei pode ser sentido em Córdoba, a 700 km ao oeste de Buenos Aires, onde quatro casais gays peruanos e outros de brasileiros e uruguaios também fizeram sua união, contabiliza a entidade.

Paulón acredita que a mediação do governo argentino impulsione a chegada de novos casais estrangeiros, o que deve movimentar o turismo, principalmente o de cruzeiros até o porto de Buenos Aires. Com esse objetivo, a entidade tentará nas próximas semanas celebrar o primeiro enlace entre pessoas do mesmo sexo estrangeiros na capital argentina.

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Milionário britânico muda de sexo, se arrepende e muda de sexo de novo

Sam Hashimi se transformou em Samantha Kane após operação em 1997.
Em 2005, ele se arrependeu, virou Charles Kane e agora vai se casar.




O milionário britânico Charles Kane, de 50 anos, fez cirurgia para mudar de sexo duas vezes.

Nascido Sam Hashimi, o homem de negócios, divorciado e pai de dois filhos, mudou de sexo em 1997 e passou a se chamar Samantha Kane, segundo o "Daily Mail".

À época, ele gastou cerca de £100 mil (cerca de R$ 274 mil) em operações e ficou tão parecido com uma mulher que chegou até a ter um relacionamento sério com outro ricaço, como ele contou à imprensa local.

Como Samantha, ele passou a trabalhar como design de interiores e a levar uma vida glamurosa, frequentando o "jet set" do principado de Mônaco.

Mas, em 2004, depois de sete anos vivendo como mulher, ele descobriu que tinha cometido um "terrível engano", abalado pelo fim de um casamento de 12 anos e pelo afastamento dos filhos.

Ele concluiu que havia enjoado da vida que levava como mulher e que, no fundo, queria continuar sendo homem.

Afirmou que odiava o fato de que os hormônios femininos o haviam tornado instável emocionamente. Ele estava enjoado de ir às compras, e sexo com homens havia sido uma decepção.

Então, cinco anos atrás, Charles gastou mais £25 mil (cerca de R$ 68 mil) em três operações na clínica de gênero do hospital Charing Cross, em Londres, para voltar a ser homem.

Seus implantes de seios foram retirados, e os órgãos genitais foram reconstituídos com enxertos de pele de seu estômago.

Mas o problema é que ele não era mais o homem que costumava ser, e "vestígios" de sua aparência feminina persistiam. Até hoje, ele precisa tomar doses diárias de testosterona, que o seu corpo não produz mais naturalmente.


Sam com sua primeira mulher (à esq.) e como Samantha em Mônaco. (Foto: Reprodução)

Novamente como homem, suas primeiras tentativas de sair com mulheres acabavam em rejeição e humilhação, relatou. Muitas delas desistiam dele quando descobriam sua história.

Mas ele finalmente encontrou Victoria, de 28 anos, e está levando uma vida feliz e está de casamento marcado para o final de 2011. Victoria até se separou do pai de seu filho para ficar com Charles.