terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Roosevelt lidera lista britânica de melhores presidentes dos EUA

Acadêmicos da Grã-Bretanha avaliam desempenho de 40 líderes americanos desde George Washington


O ex-presidente americano Franklin Roosevelt

Franklin Delano Roosevelt está no topo da primeira pesquisa feita com acadêmicos britânicos sobre o desempenho de 40 presidentes americanos desde George Washington.

Barack Obama não foi incluído na pesquisa, mas um levantamento interino indica que ele figuraria entre as 10 primeiras posições. George W. Bush está entre os 10 piores colocados, no 31° lugar.

A pesquisa, conduzida pelo Instituto para Estudo das Américas da Universidade de Londres, é a primeira do gênero feita fora dos Estados Unidos. Participaram 47 acadêmicos especializados em História e políticas dos EUA no levantamento.

Eles avaliaram o desempenho de cada presidente entre 1789 e 2009 (exceto Henry Harrison e James Garfield, que morreram pouco depois de assumir o cargo) em cinco categorias: Visão/implementação de uma agenda política, liderança doméstica, liderança nas relações exteriores, autoridade moral e significância histórica positiva de seu legado. Os participantes classificaram os presidentes em oito categorias, de 1 (ineficiente) a 10 (muito eficiente).

Desempenhos

Franklin D. Roosevelt (1933 a 45) ficou em primeiro em três categorias, visão/implementação de uma agenda política, liderança doméstica e liderança nas relações exteriores.

George Washington (1789-97) foi o que mais pontuou em autoridade moral e Abraham Lincoln (1861-65) foi o líder na categoria significância histórica positiva de seu legado. Apenas um presidente que ocupou o cargo desde 1960, Ronald Reagan (1981-89), figurou entre as 10 primeiras posições.

Levantamentos americanos geralmente colocam Lincoln no topo por seu desempenho como líder durante a Guerra Civil e abolindo a escravidão. Washington frequentemente fica em segundo lugar por ter estabelecido a autoridade do presidente.

Mas acadêmicos britânicos valorizaram os desafios enfrentados por Franklin D. Roosevelt durante a Grande Depressão da década de 1930 e a Segunda Guerra Mundial, incluindo a importância do New Deal - série de programas econômicos implementados no país durante os anos 30.

É possível que o desempenho de F.D. Roosevelt tenha sido mais valorizado pelo fato de a pesquisa ter sido conduzida em 2010, em meio a mais grave crise econômica desde os anos 1930.

Há outras diferenças significativas entre classificações feitas nos EUA e a britânica. John F. Kennedy (1961-63), classificado em sexto em alguns levantamentos americanos recentes, ficou na 15ª posição na pesquisa atual. Acadêmicos britânicos parecem ter responsabilizado Kennedy pela diferença entre sua retórica e as conquistas durante seu mandato.

Bill Clinton (1993-2001), ficou em 19° lugar, possivelmente por ter pontuado pouco no quesito autoridade moral. Seu legado econômico parece menos robusto, dez anos após deixar o cargo.

Expectativas

Tanto acadêmicos americanos como britânicos são influenciados pelos tempos atuais. As paixões do presente podem ter determinado a baixa colocação de George W. Bush, por causa de seu envolvimento no Iraque, mas ficar entre os 10 piores subestima a força de Visão/implementação de uma agenda política.

Da mesma forma, a oitava posição (interina) de Obama reflete suas conquistas legislativas e a importância simbólica de ser o primeiro presidente negro, embora é bom notar que nenhum presidente entre os 10 primeiros da pesquisa britânica tenha deixado de ser reeleito para um segundo mandato.

Uma similaridade nas pesquisas americanas e esta britânica está no mal posicionamento dos presidentes mais contemporâneos e o bom desempenho dos mandatários mais antigos. Dos cinco presidentes que comandaram o país entre 1977 e 2009, nenhum, exceto Reagan, está entre os 15 primeiros da lista. Em contrapartida, todos os cinco primeiros presidentes estão entre os 15 melhores colocados.

Poderia-se concluir que os líderes do passado eram melhores, mas a explicação mais provável é que a razão da diferença seja outra. Os enormes desafios políticos e organizacionais da presidência moderna tornam o trabalho bem mais difícil do que no passado. Nossas expectativas pode ser pouco realista quando confrontadas com os vários obstáculos que podem impedir o sucesso dos mandatários atuais.