quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sono ruim e insuficiente favorece o aparecimento da diabetes

Entenda como acontece a relação entre a doença e noites mal dormidas


Se você não tem diabetes, é bom dormir bastante para evitá-la. Dentre as muitas doenças que podem ser desenvolvidas ou adquiridas em decorrência da insônia e da apneia do sono, a diabetes é uma das mais caracterizadas. Se você já é portador da doença, recomenda-se que também se preocupe com o que acontece nas suas noites. Dormir pouco é ruim em muitos aspectos, mas pode complicar os seus sintomas de diabetes consideravelmente.

A diabetes é caracterizada pelo aumento anormal do açúcar no sangue. Fonte de energia para o corpo, a glicose é boa na quantidade correta, mas traz problemas quando está em excesso. A diabetes pode levar a infartos, derrames cerebrais e insuficiências renais, entre outros problemas.

E o que tudo isso tem a ver com o sono? Um estudo da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, mostrou que as pessoas que dormem menos têm maior quantidade de glicose no sangue. Além disso, o nível do hormônio insulina, que é responsável pela redução da taxa de glicemia, fica abaixo do normal.

A chefe da disciplina de Medicina e Biologia do Sono da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e médica do Instituto do Sono, Lia Rita Azeredo Bittencourt, confirma a tese dos cientistas de Chicago e acrescenta uma informação.

"A privação do sono promove aumento de estresse e isso leva à resistência da ação da insulina e aumento da glicose", afirma.

Ou seja, a pessoa que dorme pouco não apenas aumenta a glicemia do sangue como também diminui o efeito do hormônio responsável em equilibrar essa característica dentro dos vasos sanguíneos. Tudo isso ocorre por conta do estresse que envolve o fato de dormir mal.

Quem sofre de insônia ou acorda muito durante a noite por qualquer distúrbio do sono tende a ficar mais estressado e ter alterações no humor, principalmente no dia da ocorrência do problema. Esse nervosismo diminui a ação da insulina e, somado ao fato do aumento da glicose, comprovado pelos estudiosos da Universidade de Chicago, pode levar a maiores complicações.