quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Academia islâmica quer que Papa se desculpe por Cruzadas


Durante o evento “Agenda da convivência: cristãos e muçulmanos por um futuro juntos”, que aconteceu nesta segunda-feira, Muhammad Rifaa Al Tahtawi , ex-porta-voz da Academia de Investigação Islâmica de Al Azhar, com sede no Cairo, declarou que quer que o Papa Bento 16 se desculpe pelas Cruzadas ou condene a ocupação israelense dos territórios palestinos.

O ex-representante da maior instituição sunita do mundo disse que está confiante sobre a retomada do diálogo, que foi congelado pela academia sunita no último 20 de janeiro, após o Papa denunciar que os cristãos são perseguidos no Oriente Médio. Para a instituição islâmica, o pontífice teria atribuído aos muçulmanos a responsabilidade pela opressão da comunidade cristã na região.

A acusação do Papa deixou a comunidade islâmica revoltada e por isso, Tahtawi, afirmou que, para se retratar sobre essa fala, o Papa terá que apresentar “as desculpas pelas Cruzadas” ou “condenar o que Israel está fazendo na Palestina”.

Para Tahtawi “não é aceitável” que o líder máximo da Igreja Católica diga que “não insultou [os muçulmanos e que] apenas falou” o que diria “para qualquer outro grupo religioso sobre a falta de liberdade religiosa”.

“Nós queremos que o Papa faça um gesto que dê a entender aos muçulmanos que ele lhes tem como seres humanos, assim como tem a todos os outros. Um sinal de respeito seria falar do Islã como uma região de paz, como uma das principais regiões no mundo que toma uma posição sobre as práticas israelenses, assim como sobre Jerusalém”, defendeu o ex-porta-voz, acrescentando que “o mundo islâmico, em geral, sente por não ser respeitado e tratado igual”.