Felipe Néri Do G1, em Brasília
Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos (Foto: Felipe Néri/ G1) |
Intitulado “Marco Feliciano renuncia”, o vídeo tem imagens de protestos contra o deputado em sessões da Comissão de Direitos Humanos (CDH), presidida por Feliciano. A narração do filme fala que a comissão sempre foi presidida por "simpatizantes de movimentos homossexuais" que fazem "discursos políticos inflamados contra cristãos". O vídeo qualifica como "rituais macabros" os protestos contrários a Feliciano.
"Nós vamos entrar com uma representação criminal hoje [quarta] em relação àquele vídeo. Aquele vídeo é só o contínuo de uma processo difamatório que se iniciou assim que nós começamos a defender a Comissão de Direitos Humanos. Foi iniciado um processo de difamação, sobretudo contra mim", afirmou Willys.
Segundo o líder do PSC, deputado André Moura (SE), o pastor negou aos colegas de partido que tenha sido o autor do vídeo e alegou que o filme foi postado na internet por sua assessoria, sem sua autorização. O site da produtora responsável pelo vídeo informa ter Marco Feliciano entre os seus clientes.
Antes do lançamento da frente parlamentar, Jean Willys afirmou que o novo colegiado quer que haja uma mudança na composição da CDH e disse ter esperança na saída de Marco Feliciano da presidência. "Confiamos e temos esperança que o presidente da Casa volte a convocar os líderes para pensar não só a presença do Marco Feliciano na presidência como a proporcionalidade da composição da comissão", disse Willys.
O parlamentar também disse que pedirá investigação da Polícia Federal sobre a campanha difamatória que ele diz estar sendo feita contra ele. "Não é só esse vídeo. O processo difamatório começa antes, com frases na internet, frases mentirosas associadas a mim, inclusive me associando à pedofilia", declarou.
Polêmicas
O pastor Marco Feliciano causou polêmica, em 2011, ao fazer declarações em redes sociais sobre o continente africano e homossexuais. "Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome... Etc", escreveu o parlamentar na ocasião.
Pastor da igreja Tempo de Avivamento, Feliciano é alvo de dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF): um inquérito que o acusa de homofobia e uma ação penal na qual é denunciado por estelionato. A defesa do parlamentar nega as duas acusações.
Desde que o deputado do PSC foi indicado para a presidência da Comissão de Direitos Humanos, tradicional palco de defesa das minorias do país, integrantes de movimentos sociais passaram a reivindicar que ele renuncie ao cargo. Na estreia de Feliciano no comando do colegiado, na última quarta (13), houve discussão tensa entre militantes de direitos humanos e fiéis de igrejas evangélicas.