quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Premiê da Rússia reclama de ter sido comparado a Batman em documentos dos EUA

Vladimir Putin diz que diplomacia americana faltou com a ética e foi arrogante e grosseira

"Macacos me mordam, Putin". Premiê da Rússia se ofendeu porque EUA disseram que ele é Batman e Medvedev é Robin

O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, expressou nesta quarta-feira (1°) seu mal-estar pelas caracterizações que os Estados Unidos fizeram dele e do presidente do país, Dmitri Medvedev, nos telegramas diplomáticos revelados pelo site WikiLeaks, afirmando que não esperava tanta "arrogância, grosseria e falta de ética".

Em entrevista ao jornalista Larry King, da emissora CNN, Putin disse que as afirmações de diplomatas americanos de que ele é Batman e Medvedev é Robin têm o objetivo de desonrar os dois.

Para ser honesto, não esperávamos tanta arrogância, tanta grosseria e de forma tão pouco ética.

Ao mesmo tempo, Putin que avaliou que o vazamento "não representa uma catástrofe" para os Estados Unidos.

O primeiro-ministro da Rússia também se referiu a um dos telegramas, no qual o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, disse a um ministro francês que "a democracia russa desapareceu e o governo é uma oligarquia dirigida pelos serviços de segurança".

Putin rejeitou taxativamente essa afirmação e disse que Gates estava "muito errado", manifestando que as autoridades americanas não devem interferir nos assuntos internos da Rússia.

Ainda nesse contexto, o primeiro-ministro disse que, no momento adequado, decidirá "de comum acordo" com Medvedev quem será o candidato nas eleições presidenciais de 2012.

Na entrevista, Putin advertiu a Washington que a Rússia desenvolverá novas armas nucleares se o Congresso americano não ratificar o tratado de desarmamento nuclear START, assinado em abril por Medvedev e o presidente dos EUA, Barack Obama.

O novo tratado reduziria em cerca de 30% o número de ogivas nucleares, para 1.550 para em cada um dos países. O primeiro-ministro da Rússia também disse que "seria muito tolo" se os EUA ignorassem seus próprios interesses, e que, se o país fizer isso, a Rússia "terá que reagir de alguma maneira".