quinta-feira, 19 de maio de 2011

Autor americano lança livro que afirma que 11 livros do Novo Testamento são falsos

As cartas de Paulo são os textos que mais apresentam contradições, de acordo com Bart D. Ehrman


O americano Bart D. Ehrman, um respeitado estudioso da Bíblia, garante que 11 livros do Novo Testamento são de impostores. Essa afirmação ele faz em seu mais novo livro, “Forjado”, que tem indignado cristãos de todo o mundo.

Neste livro o autor transcreveu Atos 4:13 (“Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se”) para explicar que os dois apóstolos são descritos na escritura em grego como “analfabetos”, literalmente, e não como “iletrados”, que deixa margem para dúvida se sabiam escrever ou se eram pessoas simples, porém alfabetizadas.

Outro texto que ele questiona é 2 Timóteo 4:7, o apóstolo Paulo afirma: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” Ehrman alega que Paulo não disse nada disso e que essa frase foi inventada e colocada na Bíblia como se fosse do apóstolo.

Por Paulo ser o auto de parte significativa dos livros do Novo Testamento o livro fala bastante dele, mas também garante evidências de que os evangelhos não tinham autores quando começaram a ser difundidos.

As conclusões de Ehrman foram baseadas nos diferentes estilos de texto da Bíblia e em suas contradições. Ele aponta, como exemplo, os escritos de Efésios, os quais em grego são compostos por frases longas, o que é bem diferente da escrita de Paulo.

Uma das mais flagrantes contradições, segundo ele, está em 1 Coríntios, onde Paulo primeiro convoca as mulheres para se manifestar na igreja e alguns capítulos depois afirma que elas devem permanecer caladas e, se quiserem aprender alguma coisa, teriam de perguntar em casa ao marido. É óbvio que os dois textos, segundo Ehrman, não foram escritos pela mesma pessoa.

O estudioso disse que o propósito dos forjadores dos textos bíblicos foi acalmar os ânimos dos líderes da igreja primitiva, porque entre eles havia muita discordância sobre como tratar as mulheres, o relacionamento entre senhores e escravos, como teriam de ser os ritos e por aí vai.

O objetivo de Ehrman é que o seu livro ajude as pessoas a aceitarem algo que ele próprio demorou em reconhecer. Ele foi um religioso fundamentalista e hoje é agnóstico.

Com informações Paulopes