sábado, 27 de novembro de 2010

Aspectos Culturais do Brasil na Era Vargas


No período de 1930 a 1945, no governo de Getúlio Vargas, a cultura do Brasil apresentava forte influência dos países europeus, que apareciam nos vestuários, nos cortes e penteados dos cabelos e na aquisição de bens de consumo, como o carro.

Todas essas informações chegavam ao país através de pessoas que iam passear ou morar na Europa, mas também através do cinema, que mostrava os valores e costumes das outras nações.

O nacionalismo também estava em evidência, pois Getúlio foi o responsável pela nova Constituição do país.

Um marco do crescimento intelectual do país foi a fundação da Universidade de São Paulo, em 1934, onde os intelectuais moldavam os interesses do Brasil.

Na comunicação, o destaque era para a imprensa do rádio, que passou por um processo de transformação, sendo vista como instrumento de formação cultural. Através dela, as notícias e informações chegavam a boa parte da população. Antes, sua programação era voltada apenas para a música clássica, ópera e textos educativos. Daí surgiram as principais emissoras, como as redes Record, Tupi, Bandeirantes, Mayrink Veiga e Nacional.

Surgiram os programas de auditório, transmitidos ao vivo, onde cantoras e cantores encantavam os ouvintes. Os principais artistas eram Carmem Miranda, Francisco Alves, Vicente Celestino, Dalva de Oliveira, Mário Reis, Orlando Silva, Sílvio Caldas, Emilinha Borba, Ari Barroso, Lamartine Babo, Noel Rosa, dentre outros.


A primeira novela transmitida por uma emissora de rádio foi “Em busca da felicidade”, em 1942, através da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro.

O programa jornalístico transmitido todos os dias, às 19 horas, por todas as emissoras do Brasil, narrava os acontecimentos mais importantes do país, recebia o nome de “Hora do Brasil”. Até hoje, o mesmo programa continua sendo apresentado, porém com o nome de “A Voz do Brasil”.

Getúlio, enquanto ditador, criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), a fim de fiscalizar e censurar os ideais políticos e comerciais que fossem contra seu governo, porém, qualquer manifestação favorável à sua pessoa ou administração deveria ser divulgada.

A literatura nesse período fazia referências aos temas regionais, através de livros como: Vidas Secas, de Graciliano Ramos; Menino de Engenho, de José Lins do Rego; O Quinze, de Rachel de Queiroz; Jubiatá, de Jorge Amado; O Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato; além de outros renomeados autores, como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Érico Veríssimo.

Cândido Portinari era o grande nome da pintura, através da obra “Os Retirantes”. A arquitetura sofria uma revolução modernista, com o uso do concreto e do vidro, mais utilizados nos edifícios dos centros das capitais. Daí surgiram as primeiras construções da elite, com vidraças substituindo as paredes externas, a fim de aumentar a iluminação da mesma e permitir a visualização dos jardins.

O futebol se consagrou como diversão familiar, passando do caráter amador para o profissional. Os principais estádios do país eram o São Januário, no Rio de Janeiro, e o Pacaembu, em São Paulo. A partir da Copa do Mundo de 1938, com o Brasil ficando em terceiro lugar, o esporte tornou-se mais popular por aqui.